Os gatinhos da Penitenciária Feminina

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A pandemia da Covid-19 atingiu a sociedade de diversas formas. Mas ninguém poderia imaginar que quase 100 gatos que vivem dentro dos muros da Penitenciária Feminina do Paraná (PFP) também pudessem ser afetados. Com a suspensão das visitas que levavam comida às detentas, toda a refeição produzida na penitenciária passou a ser consumida. E os gatinhos ficaram sem as sobras com que eram alimentados diariamente.

A solução chegou na quinta-feira passada, 04. Um grupo de empresários entregou uma tonelada de ração que vai garantir quase quatro meses de comida para os animais “internos”. Tive a oportunidade de mobilizar criadores, comerciantes, tratadores e veterinários a pedido da agente penitenciária Sueli Rocha Yamao, que cuida dos bichinhos há quatro anos.

A entrega foi feita na loja da HiperZoo, no bairro do Parolin, em Curitiba, reunindo os doadores e a agente penitenciária. Assim que soube da situação dos gatinhos, procurei alguns amigos do ramo dos pets para saber se conseguiriam arrecadar doações. Em menos de cinco dias, eles recolheram uma tonelada de ração.

De acordo com Sueli, de tanta fome, os gatinhos começaram a invadir a cozinha e os pavilhões da Penitenciária Feminina atrás do que comer. Mas, com o apoio da direção da unidade, ela tomou a iniciativa de buscar doações para poder cuidar dos bichinhos sem preocupação. Além do alimento, a mobilização também conseguiu a adesão de veterinários que irão realizar a castração de 50 animais.

Sueli já havia conseguido 40 castrações de uma amiga veterinária de Curitiba. Agora, vamos evitar que os gatos continuem se reproduzindo. Na última contagem, havia 98 animais. O advogado e criador Romualdo de Castro Urbano, que mobilizou a coleta entre os empresários, disse que a resposta dos doadores foi imediata. Segundo ele, houve uma comoção geral. Até porque ninguém jamais imaginaria que tantos gatos vivessem dentro da Penitenciária.

Sueli conta que, quando começou a trabalhar na Penitenciária Feminina há quatro anos, os gatinhos eram tratados e alimentados por duas agentes penitenciárias que se aposentaram recentemente. Desde então, ela tem procurado cuidar deles da melhor forma possível. Mas nunca havia chegado a esta situação dos bichinhos ficarem com fome.

Sueli não sabe explicar como os gatos se criaram dentro dos muros da PFP, mas todos que trabalham lá já estão acostumados com os bichanos. A única restrição é que eles não invadam os pavilhões. Agradeço imensamente a todos os empresários que ajudaram nesta campanha. De uma forma emergencial, conseguimos solucionar a questão da alimentação dos gatinhos. E também demos uma solução de longo prazo com a castração dos animais.

Publicado na edição 1216 – 11/06/2020

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