Jesus chama 72 discípulos e os envia em missão, para anunciar a Boa Nova do Reino. Lhes dá algumas recomendações, para que possam livremente serem instrumentos da sua mensagem. Pede para não levarem muitas coisas, mas, o suficiente para se manterem na missão. Além disso, os alerta sobre os perigos que encontrarão, enviando-os como ovelhas no meio de lobos. Por onde passarem, são chamados a serem anunciadores da paz, da verdadeira paz, que provêm da aceitação do Mestre em suas vidas. São enviados a irem de casa em casa, mas, onde não forem bem recebidos, que sacudam o pó da poeira e sigam em frente. Ou seja, a boa nova do evangelho é uma proposta e não uma imposição. As pessoas são livres para acolher ou não, sem imposições ou ameaças de castigos divinos.

Eles foram e anunciaram o Reino de Deus, e, depois de um tempo retornaram, cheios de alegria com a missão realizada. Muito contentes afirmaram que até os demônios os obedeceram, em nome de Jesus. E o Mestre confirma o sucesso da missão, afirmando que realmente Satanás caiu do céu como um relâmpago. Quando diz que Satanás caiu do céu, Jesus anuncia a vitória irresistível do bem. Com a proclamação do Evangelho, o reino do mal começou a desmoronar, como um palácio em cujos alicerces foi explodida uma bomba poderosíssima. Claramente Jesus quer mostrar aos discípulos que o mal jamais prevalecerá sobre o bem. A luz é mais forte do que as trevas; a vida sempre vencerá sobre a morte; o amor superará o ódio, a violência e a indiferença.

Hoje a missão de anunciar o evangelho da paz é confiada a todos os homens de boa vontade. A todos aqueles que acreditam na força da vida, movidos pelo amor incondicional, pela certeza de que o bem vencerá sobre o mal. Apesar de tantas guerras e conflitos que assolam o nosso mundo, não podemos perder a esperança de dias melhores. Estamos vivenciando o Ano Santo, o Ano Jubilar, que nos convida a sermos ‘Peregrinos da Esperança’. Estamos nesse mundo para sermos semeadores da paz, de um mundo melhor, guiados pelo Espírito de Jesus. Se perdermos a esperança, a nossa vida será um caos, um verdadeiro desespero, podendo conduzir-nos a uma depressão profunda. O Mestre dos Mestres é a nossa coragem e o nosso sustento na missão. Sozinhos somos fracos e incapazes, mas o seu Espírito nos move e nos conduz, nos faz acreditar em mudanças e transformações.

Estamos nesse mundo para cumprirmos uma missão e se não a realizarmos, ficará um vazio que não poderá ser preenchido. Talvez nos sentirmos impotentes diante de tanto mal que assola a nossa realidade, de tanto ódio no coração das pessoas, de tanto egoísmo e individualismo e, pior, de tanta indiferença com a dor e o sofrimento do próximo. Somos bombardeados por tantas notícias negativas e desastrosas. De certo modo, essa atitude é compreensível, mas, para quem segue o Mestre, a esperança de um mundo melhor não pode morrer. Podemos, sim, realizar pequenas ações, movidos pelo amor, no ambiente em que nos encontramos. Podemos ser sinais do amor de Deus em nossas famílias, em nossas comunidades, em nosso ambiente de trabalho. Somos chamados a sermos construtores da paz no meio em que vivemos. Um sorriso, uma palavra de ânimo, gestos simples, por menores que sejam, podem fazer toda diferença.

Edição n.º 1472.