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Padre André Marmilicz: Iluminados para seguir o Cristo
Foto: Divulgação

Jesus está percorrendo o caminho que o conduzirá até Jerusalém, onde dará a vida para nos salvar. No caminho ele vai ensinando sobre o Reino, aos discípulos e a grande multidão que o segue. Muitos não conseguem compreender os seus ensinamentos, porque carregados de desafios, de exigências e de cruzes. Os próprios discípulos têm dificuldades em entender a sua mensagem discutindo, inclusive, entre eles, sobre quem deles seria o maior no reino dos céus. Depois de terem caminhado por diversos dias, eles chegam em Jericó, que dista 30 quilômetros do trajeto final, ou seja, até Jerusalém. Entre tantas pessoas que Jesus encontra no meio do caminho, da Galileia até Jerusalém, eis que surge na beira da estrada, um cego. E, por ser cego, naturalmente era um mendigo, porque abandonado pela família. A cegueira assim como as doenças de modo geral, eram consideradas como consequência de um pecado cometido. E, por causa disso o doente era afastado da família e excluído da sociedade. Triste situação!!!

Este cego de Jericó quando soube que Jesus está passando por aí, começou a gritar, pedindo que o Mestre tivesse compaixão dele. Mas, por causa da multidão que acompanha Jesus, ele não consegue ouvi-lo. O povo, de modo geral, tenta abafar o grito daquele cego, como se este estivesse perturbando o Senhor. Ele era um mendigo, um pecador, afastado da sociedade, que vivia de esmolas dadas pelos transeuntes. Tinha consigo um manto, onde colocava essas esmolas. O que parecia pouco provável, ou então, quase impossível, acaba acontecendo. Jesus ouve o grito do cego e pede que o chamem. A multidão, que até então tentava abafar os seus gritos, incentiva-o a ir até Jesus. ‘Coragem. Levanta-te, ele te chama’. E num pulo, jogando o manto ao alto, ele correu ao encontro de Jesus. O pulo da fé, de quem tinha plena certeza de que somente Jesus poderia curá-lo. E o Mestre lhe pergunta então: ‘o que queres?’, e o cego prontamente lhe responde: ‘que eu veja’. Ouviu então as mais belas palavras da sua vida: ‘Vai. A tua fé te salvou’. E ele ficou completamente curado e seguia a Jesus com muita alegria e muito entusiasmo.

No mundo atual, encontramos muitos cegos pelos nossos caminhos. Pessoas que nasceram cegas ou, então, por circunstâncias da vida, por motivos diversos, perderam a sua visão. Mas, muito mais do que cegos físicos, encontramos tantos cegos espirituais, incapazes de sentir a dor, o sofrimento do irmão, totalmente frios e insensíveis às suas dores e sofrimentos. O maior cego, disse Jesus certa vez, não é aquele que não vê, mas, aquele que vendo, é incapaz de perceber a dor do próximo. Ver com os olhos da fé, é deixar que a luz de Jesus brilhe dentro de nós. Quando estamos iluminados por dentro, brota em nós o desejo de ser luz e esperança na vida de tantas pessoas. Somente Jesus pode iluminar o nosso interior e transformar a nossa vida num facho de luz que brilha, que ilumina, que ajuda o outro a encontrar o caminho da vida.

Deixe a luz que é Jesus entrar em sua vida e tudo será bem diferente. Mas, o Jesus dos evangelhos, o Jesus que passou por essa terra amando e fazendo somente o bem. O Jesus Salvador, que ama a todos com um amor imenso, terno e misericordioso. O Jesus que transforma as nossas vidas por dentro, que nos torna cada dia melhores, mais abertos ao outro, mais sensíveis às suas dores e necessidades.

Edição n.º 1438.

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