A vida é realmente um grande mistério. Se fossemos perguntar para um número determinado de pessoas sobre aquilo que consideram essencial para a sua existência, com certeza, teríamos respostas muito diversas. E cada um tentaria defender a sua própria percepção como aquela mais importante e fundamental. Por isso, vou procurar definir o sentido da vida a partir da minha própria experiência e daquilo que realmente me realiza como ser humano. Afinal, passei de ano no dia 03 de julho, e, sinceramente, tenho muito prazer e muita alegria em poder celebrar a festa natalina. Tantos argumentam dizendo que não gostam de comemorar, porque estão ficando mais velhos. Eu, pelo contrário, adoro reunir parentes e amigos, justamente porque estou envelhecendo. Tantos partiram antes de mim, bem mais jovens, na flor da idade e eu continuo ainda peregrino nesta terra, até quando Deus quiser.

O que me move como ser humano e como cristão, é o evangelho de Jesus Cristo. Para mim, ninguém foi tão marcante na história da humanidade, como o homem de Nazaré. E sua vida toda, suas palavras, seus gestos e suas ações refletem o grande amor e misericórdia que ele manifestava em prol de todas as pessoas. De modo especial, sua inclinação se dirigia para aqueles mais sofredores, marginalizados e excluídos da sociedade. Tinha uma grande preocupação com os doentes, que, na sociedade da época, eram totalmente desprezados. A doença era tida como um pecado, e, por isso, os ‘pecadores’ deveriam ser excluídos da família e da sociedade. Cegos, coxos, sobretudo os leprosos, simplesmente não existiam e eram considerados impuros. Jesus veio resgatar a vida de todos eles, curando e assim incluindo-os novamente na sociedade. O jeito de ser do Mestre dos Mestres, é realmente um modelo para cada um de nós.

O próprio Jesus nos ensina a essencialidade da vida, quando afirma: ‘eu não vim para ser servido, mas, para servir e dar a vida em resgate de muitos’. Sendo homem, mas, ao mesmo tempo plenamente Deus, ele desceu à nossa condição humana, tornando-se servo. Servir, é com certeza, aquilo que realiza plenamente todo ser humano. Quem pensa somente em si mesmo, naquilo que lhe apraz e lhe favorece, jamais fará a experiência de como é bom servir e ajudar o próximo. O egoísmo destrói, esvazia a pessoa por dentro, criando um verdadeiro mal estar interior. Como disse Jesus: ‘quem quiser salvar a sua vida sem mim, vai perde-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim, vai salvá-la’.

Pautado no grande exemplo de Jesus que era Deus, mas que se fez gente e que veio para servir, encontro minha satisfação pessoal em fazer o bem e estar sempre pronto para ajudar. Como é bom fazer o bem, como é bom ser bom! Em outra passagem, o Mestre vai nos ensinar que o bem realizado deve ser guardado em silencio, e, que a mão esquerda não saiba o que fez a direita. Um serviço feito na gratuidade e na alegria! Levar uma palavra de esperança e de conforto a quem está caído e desanimado pela vida; um gesto de carinho e de acolhida; uma ação em prol de quem está necessitado, dignificam a nossa vida e nos dão as razões para viver. É assim que procuro viver, sempre pronto para servir e ajudar, mas, na alegria e na gratuidade. Como dizia São Paulo: ‘existe muito mais alegria em dar do que em receber’. Viva a vida! Viver é bom demais!

Edição n.º 1473.