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Padre André Marmilicz: Testemunhas do Amor

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A figura de João Batista surge com muita força nesse tempo de advento e nem poderia ser diferente. Ele é o precursor, aquele que prepara a vinda do Salvador. Seu modo de falar é bastante duro, quase exigindo e obrigando a conversão, a mudança de vida, para que o Salvador possa ser acolhido pelo povo de Israel. Esse seu jeito de falar, de se comportar, impacta na maioria das pessoas, pensando, inclusive, que ele seria o Messias, o enviado do Pai. Essa fama de João Batista chega aos ouvidos dos fariseus, que, sem entender o que estava acontecendo, enviam seus discípulos para saber quem era João Batista. E ele então se apresenta de modo humilde, consciente do seu papel, da sua missão. Ele poderia se achar o tal, devido à fama que girava em torno dele, mas, humildemente, reconhece que é apenas uma testemunha, uma voz que grita no deserto, e, ele nem é digno de desamarrar a coreia das sandálias daquele que viria depois, ou seja, Jesus, o Enviado do Pai.

A imagem que João Batista usa para definir a sua missão é a de testemunha da luz. Ele tem plena consciência de que não é a luz, mas, através da sua vida, está dando testemunha da verdadeira luz, que é Jesus Cristo. O seu jeito de ser, de conduzir a vida, suas atitudes, seu jeito disciplinado de viver, manifesta algo especial na sua pessoa. Mas, ele não é a luz, mas dá sinais claros de que busca viver de acordo com a proposta daquele que há de vir depois dele. Ser testemunha significa fazer a experiência daquilo que prega e que apresenta aos outros. Não bastam palavras bonitas, mas, muito mais do que isso, a vida que se revela através das atitudes, das ações concretas, manifesta que aquilo que se prega é aquilo que se procura viver no dia a dia. Esse foi João Batista, testemunha da luz, através do seu amor às pessoas, pregando a conversão e a mudança de vida. E ele tinha crédito para fazê-lo, porque aquilo que ele pregava, ele vivia e transmitia, através de suas atitudes, dos seus gestos e de suas ações.

Tempo de advento é um tempo propício de mudança de vida, à luz daquilo que Jesus pregou e manifestou ao mundo. Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa de testemunhas. Dizia um grande teólogo que o mundo de hoje precisa de mestres e testemunhas, mas, entre os dois, o mundo necessita mais de testemunhas do que mestres. A não ser que os mestres também sejam testemunhas daquilo que anunciam e pregam como a verdade. Antes de tudo, para que a palavra do mestre seja crível, é fundamental que ele a procure viver e testemunhar no seu cotidiano. Dizia o papa Bento XVI que mais do que doutrina, é o contágio que atrai as pessoas na vivência da fé. Quando prego algo que procuro viver em primeira pessoa, isso realmente mexe no afetivo dos outros seres humanos. Pregar o amor requer um desejo sincero de vive-lo, no jeito de tratar as pessoas, de se preocupar com elas e de querer somente o seu bem.

Aquele que testemunha Jesus através da sua vida, procura viver aquilo que o Mestre ensinou, vivendo os valores pregados por ele. Mais do que belas palavras, que podem encantar e emocionar no momento, o mundo está carente de verdadeiras testemunhas daquilo que pregam. Seu eu falo de partilha, sou o primeiro a partilhar; se falo de perdão, sou o primeiro a perdoar; se falo de empatia, sou o primeiro a colocar-se no lugar do outro e assim por diante. Assim vivem as testemunhas do amor, da luz.