Por que não voltar com as aulas presenciais antes da vacinação?

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

No dia 15 de janeiro, o prefeito Hissam publicou um decreto que autoriza o retorno das aulas presenciais, mesmo enquanto a pandemia de Covid-19 continua avançando no município e no país. O decreto prevê o retorno híbrido das aulas, mesclando atividades remotas e presenciais. No entanto, com muita luta os trabalhadores do magistério municipal conseguiram conquistar a continuidade das atividades remotas, que foi homologada pela Secretaria Municipal de Educação (SMED).

No decreto de Hissam, a Prefeitura deixa claro que os pais têm que assinar um termo de compromisso para que as crianças e adolescentes frequentem a escola. Com isso, o prefeito se exime de sua responsabilidade e joga a culpa pelo o que pode ocorrer nos pais e responsáveis pelos estudantes. Hissam sabe da realidade do município, que já contabiliza 149 mortos (até o dia 2 de fevereiro), mas trata com descaso a vida dos trabalhadores, estudantes e familiares.

O magistério é contra a volta das aulas presenciais por motivos óbvios. A pandemia continua avançando e, no cenário atual no qual ainda não há vacina para a maior parte da população, voltar com as aulas nas escolas é um risco desnecessário. Antes do retorno presencial, é primordial que haja segurança para os trabalhadores e para a população. É preciso garantir um plano de vacinação que inclua todos.

O retorno das aulas presenciais já foi testado em outros estados e os resultados foram desastrosos. No Amazonas, mais de 100 mil estudantes voltaram às escolas em agosto de 2020. Menos de duas semanas depois, o governo resolveu testar os professores que estavam trabalhando nessas escolas e quase um terço desses trabalhadores testou positivo, o que fez com que a gestão recuasse do retorno presencial.

As experiências vividas em outros municípios e países com a volta das aulas presenciais precisam ser levadas em conta, principalmente porque pessoas morreram devido à irresponsabilidade de governantes. Nesse momento, voltar para as escolas e fingir normalidade é algo que prejudica ainda mais o combate à pandemia.

Os profissionais da saúde estão desgastados e adoecidos. Os professores continuam se desdobrando, muitas vezes extrapolando a jornada de trabalho, para oferecer uma educação remota digna aos estudantes. Por isso, agora que a vacina está começando a chegar aos municípios, é preciso ter muita cautela antes de voltar com as aulas presenciais.

Os trabalhadores da Educação, os funcionários de escolas e creches e os estudantes precisam ser vacinados para que haja um retorno seguro para todos. Enquanto isso não acontece, graças à irresponsabilidade do governo federal, não é possível que as aulas voltem a ser presenciais.

O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (SISMMAR) segue firme na luta em defesa da vida! Sem vacina, sem retorno!

Publicado na edição 1247 – 04/02/2021

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