A semana foi agitada no meio político araucariense. Caciques do PV, PSC, PSB e DEM realizaram na quarta-feira, dia 25, uma reunião na tentativa de articular uma candidatura majoritária viável que seja alternativa aos pré-candidatos a prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB), Olizandro José Ferreira (PMDB) e Hissam Hussein (PPS).

As negociações estão sendo feitas em segredo e oficialmente os integrantes desse quarteto não falam sobre o assunto. Chegam até a negar o encontro, que aconteceu na Chácara do Xirú, área rural de Araucária. Mesmo assim é sabido que a principal entusiasta dessa nova via é a deputada federal Rosane Ferreira (PV), que tem se mostrado contrária a qualquer tipo de composição com Zezé, Olizandro e Hissam.

A reunião secreta de quarta-feira contou com a presença de Rosane, Cid Ferreira (PV), Rizio Wachowicz (PSB), Velozo Santos, presidente do PSC local, Vanderlei Cabeleireiro, que preside o DEM, além de assessores próximos dos quatro partidos. Os pré-candidatos a prefeito pelo PSC e DEM, Eliceu Palmonari e Irineu Cantador respectivamente, não estavam presentes, mas têm conhecimento das conversas. Os candidatos a prefeito e vice desse grupo sairiam do quarteto Rizio, Palmonari, Cid e Irineu, sendo que os dois partidos que não participassem da chapa majoritária teriam amplo poder de participação nos rumos da campanha e num eventual governo em caso de vitória, além de serem alçados ao posto de pré-candidatos a deputado em 2014.

Ainda segundo apurou nossa reportagem, Rosane teria sido a primeira a garantir que não faz questão de que Cid esteja na majoritária, sendo que seu desejo seria que a união entre os partidos fosse efetivada. Embora pareça altruísta, a proposta da deputada visaria ambições futuras. É que em 2014 Rosane não deve tentar a reeleição e sim uma candidatura ao Senado. Com poucas chances de se eleger senadora da República, ela deixaria Brasília por cima, vez que abriu mão da reeleição e dedicaria o ano de 2015 para preparar sua candidatura à prefeita de Araucária em 2016.

Arestas
O acordo entre os quatro partidos pode até parecer bem alinhavado, mas são muitos os detalhes a serem acertados para que esses moradores da Torre de Babel passem a falar a mesma língua. Acontece que o PSC, por exemplo, prega que os integrantes da majoritária precisam ter ficha limpa e nada de problemas com a Justiça. A condição, de cara, já tira Rizio da jogada. O problema é que o polaco não estaria disposto a tal recuo, vez que como se sabe Rizio tem dito por aí que aceita qualquer acordo, desde que seja para que os companheiros indiquem um vice pra ele. Outro detalhe a ser acertado é com relação ao presidente do DEM, que no acordo precisa ser contemplado com uma chapa proporcional que lhe garanta legenda para conquista de uma vaga na Câmara de Vereadores. Acredita-se que Vanderlei será muito bem votado nestas eleições, o problema é que sozinho ele não alcança o coeficiente eleitoral.

Como se vê, por enquanto, os planos de Rosane de formar uma quarta via ainda precisarão passar por várias reuniões secretas. Mas, não há como negar, se os quatro partidos chegarem a um consenso, estaremos diante de uma chapa competitiva.