Trabalhadores de Araucária entraram em contato com a redação do Popular para falar da dificuldade que estão encontrando para conseguir vagas nas empresas terceirizadas pela Repar para a obra de ampliação da refinaria.
De acordo com eles, a maioria das vagas está sendo ocupada por pessoas de outros estados e os moradores de Araucária acabam ficando sem emprego. Um destes profissionais, que preferiu não se identificar, diz que todos os dias sai atrás de trabalho, mas sempre ouve a mesma resposta. “Nunca tem vaga. O estranho é que as pessoas de fora chegam aqui e já começam a trabalhar, enquanto isso a gente fica correndo atrás e nunca consegue nada”, afirma J.W.O de 42 anos.
O profissional é montador de andaime, com mais de cinco anos de experiência comprovada em carteira. “Não sei mais o que fazer, preciso de trabalho. Fico indignado porque eu sei que tem vaga”.
Outro trabalhador que também não quis ter seu nome revelado afirma que tem passado pelo mesmo problema. “Não sei o que acontece, mas parece que quem é daqui não tem vez dentro das empresas” reclama o pintor F.S.O de 22 anos.
Este problema também já foi constatado pelo Sindimont (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços nas áreas industriais do PR). De acordo com o presidente, Antonio L. do Prado, o sindicato está bastante preocupado com a situação. “Temos ouvido muitas reclamações de que as empresas não têm contratado mão de obra local. Os araucarienses estão sem emprego”, afirma.
Ainda segundo Antonio, que também é presidente do Conselho do Trabalho, os dois órgãos têm lutado para mudar essa realidade, inclusive, foi firmado um acordo com as empresas para que elas qualifiquem os trabalhadores. “Infelizmente nem todas estão cumprindo. Além disso, muitos afirmam que 60% dos trabalhadores são daqui, mas nós sabemos que não. Pelos nossos contribuintes conseguimos perceber que menos de 30% são da cidade”, revela.
O Secretário de Trabalho e Emprego, Nilton Campos, diz que a prefeitura desenvolve uma série de políticas públicas visando à colocação profissional dos trabalhadores locais. Porém, comenta que legalmente não é possível interferir nestas contratações. “Não podemos obrigar as empresas a contratar somente mão de obra local, pois o trabalho é um direito universal e ninguém pode impedir uma pessoa de trabalhar”.
Ainda segundo Nilton, a SMTE facilita a colocação destes profissionais no mercado. “Oferecemos qualificação, fazemos a intermediação, trazemos os empresários para fazer entrevistas aqui na Agência do Trabalhador, enfim, todas as políticas públicas que estão a nosso alcance são desenvolvidas para que a maioria destas vagas possa ser ocupada por trabalhadores daqui”, completa.
A assessoria de comunicação da Repar informou que a Petrobras desenvolve e mantém diversos programas, como o Prominp, que oferece treinamento e qualificação aos trabalhadores para facilitar a contratação. Porém, destaca que as contratações não são realizadas pela Petrobras, mas sim pelas empreiteiras terceirizadas. (G.R)