Saúde mental na segurança pública

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Hoje quero abordar neste espaço semanal um tema que considero muito difícil e que deve ser tratado com profundidade e seriedade: a saúde mental dos servidores e das servidoras da área da segurança pública do Paraná. Policiais são vistos como heróis. Mas a verdade não é bem assim. Entre as profissões mais estressantes do mundo, policiais estão sempre entre os primeiros em qualquer país.

A pressão do dia a dia, a falta de pessoal e condições de trabalho, as preocupações familiares, a exposição pública do seu trabalho nas ruas e, acima de tudo, o constante risco de morte são fatores que estão levando nossos guerreiros e guerreiras ao limite de sua saúde mental.

O lado mais obscuro dessa questão tem sido o problema dos suicídios. A média geral da população brasileira tem sido de 5,5 casos por 100.000 habitantes. Na Polícia Civil do Paraná, essa média chega a 64 casos ou 12 vezes a mais que a média brasileira. E, na Polícia Militar, está em 45 casos a cada grupo de 100.000 habitantes.

É preciso uma intervenção imediata do Estado no sentido de criar um ambiente de trabalho melhor e mais saudável, com políticas públicas e estrutura de profissionais especialmente voltadas para atender policiais civis, policiais militares, bombeiros, servidores da Polícia Científica, policiais penais e agentes socioeducativos.

No Paraná, afora um número reduzidíssimo de psicólogos na Polícia Militar, não existe nenhum outro tipo de atendimento de apoio psicológico. Estamos falando de um contingente de mais de 28 mil homens e mulheres que executam uma tarefa dificílima no seu dia a dia, sabendo que não terão a chance de um apoio psicológico dado pelo Estado em caso de alguma necessidade.

Acompanho esse tema há algum tempo. Emiti uma série de requerimentos e mantive conversações com as autoridades estaduais, incluindo o governador Carlos Massa Ratinho Junior. Temos agora a minuta de um projeto de Lei que visa estabelecer a Política Estadual de Saúde Mental, Qualidade de Vida e do Ambiente Organizacional dos servidores da Segurança Pública do Estado do Paraná.

Essa minuta encontra-se na Casa Civil e aguardamos que seja enviada logo para apreciação dos deputados estaduais. Na semana passada, estive com o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Coronel Marinho, e pude ter certeza que está acelerado o processo de contratação, por um Processo Seletivo Simplificado, de 57 psicólogos, 15 médicos especialistas em saúde mental e 13 assistentes sociais.

Penso que com estas duas medidas, iniciaremos um novo tratamento a este problema que aflige a todos que esperam uma segurança pública de qualidade. Com respeito ao servidor e preocupação com a sua saúde mental, tenho certeza que teremos um melhor atendimento de toda a população paranaense.

Publicado na edição 1226 – 20/08/2020

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