Sem passarelas, cruzar a BR torna-se uma aventura
Corre, corre: pessoas atravessam no pinote a Rodovia logo após irem procurar emprego no SINE

Há anos, a população araucariense pede a construção de passarelas para travessia de pedestres sobre a Rodovia do Xisto. Infelizmente, no entanto, tantas solicitações nunca deram em nada, sendo que cruzar a BR-476 continua sendo uma aventura perigosa para os transeuntes.

São quatro os pontos da via que carecem urgentemente de uma passarela: a região dos bairros Alvorada e Thomaz Coelho, próximo à Cocelpa; nas proximidades do Supermercado Adriane e da unidade do SENAI; e o trecho próximo ao CEMO e a Loja Mundial, já no centro da cidade. O quarto ponto tornou-se carente de uma passarela há pouco tempo e fica próximo ao terminal rodoviário central. É que ali a Prefeitura instalou recentemente a Agência do Trabalhador, sendo que todas as pessoas que estão do lado sul da cidade precisam necessariamente atravessar a rodovia, correndo o risco de serem atropelados devido ao tráfego intenso no trecho.

Uma das pessoas que constantemente enfrenta a rodovia é a jovem Franciele Colasso, de 18 anos. Com a filha nos braços, ela diz que tem que esperar vários minutos para conseguir cruzar a rua e lamenta o fato de o poder público não se preocupar em construir uma passarela ali. "É muito complicado atravessar. Se tivesse uma passarela, com certeza, evitaríamos muitos acidentes", constata.

Outra que também sofre com a falta de passarelas é a senhora Maria Fonseca, de 60 anos. "Há uma falta total de segurança, as pessoas precisam passar correndo e dar sinal para os carros pararem. Tenho uma filha que precisa atravessar a rodovia todos os dias para pegar o ônibus e ir trabalhar. Ela tem que sair mais cedo, e quando chega à rodovia, tem que ficar fazendo sinal para os veículos pararem. Isto quando não tem que se enfiar na frente dos carros para poder atravessar”, denuncia.

A reclamação é a mesma das pessoas que moram na área norte da cidade e precisam atravessar a BR para chegar ao NIS. Adeilton Alves Paz, de 30 anos, é um exemplo. "Esse movimento aqui é constante, preciso atravessar aqui quase sempre, e é muito complicado", relata à beira da Rodovia esperando a oportunidade de atravessar em segurança até o outro lado. Luan Roberto Silva dos Santos, de 23 anos, enfrenta as mesmas dificuldades, mas diz temer ainda mais por aquelas pessoas que precisam cruzar a rua com crianças. "Quem for atravessar aqui com uma criança pequena tem mais problemas ainda, porque o negócio é passar correndo para não ser atropelado", resume.

Sem previsão
E a julgar pela preocupação do poder público, passarelas não devem ser construídas tão cedo na Rodovia do Xisto. A assessoria de comunicação da Prefeitura, por exemplo, afirmou que como a BR é uma estrada federal, cabe ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) a execução de passarelas. Ainda de acordo com a assessoria, não há nenhum tipo de convênio entre o Município e a União para execução desse tipo de obra na região.

Por sua vez, a assessoria do DNIT no Paraná informou que o órgão concluiu recentemente uma licitação para contratação de uma empresa de consultoria que fará um levantamento de adequações e eliminação de pontos críticos ao longo da 476, sendo que neste trabalho serão apontados locais que carecem da construção de passarelas. O contrato com a empresa que venceu o certame deve ser assinado nos próximos dias e o serviço tem prazo de seis meses para ser executado. Ou seja, pelo menos este ano, dificilmente, veremos alguma passarela sendo construída na Rodovia do Xisto.