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16 anos

Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

É difícil encontrar coisas novas a dizer sobre um tema que já foi matéria neste editorial. Porém, este não é caso da lei Maria da Penha.

Nesses dezesseis anos em vigência, a lei já foi interpretada e reinterpretada muitas vezes. No entanto, sua essência permanece a mesma: a proteção de mulheres contra os seus próprios maridos.

Logo, o que pode ser feito para reduzir o nível de agressões contra mulheres? Não há dúvida de que isso depende de vários fatores, mas sempre é bom lembrar que ao se relacionar com uma pessoa é preciso conhecer melhor os valores e atitudes dela durante o namoro. Um homem que não demonstra respeito pelos outros e principalmente por mulheres, não vai respeitar a sua por muito tempo. Uma pessoa que dá pouco valor a sua namorada não vai melhorar depois de casado. Isso não significa, obviamente, que a culpa da violência sofrida é também é da mulher, mas sim que é possível evitar agressões já numa fase bem inicial do relacionamento, quando ainda é possível evitar uma vida de transtornos e sofrimento. Todo agressor tem uma mãe e um pai. É papel desses também preparar o jovem para ter uma convivência saudável com sua esposa. Evitar fazer coisas que desvalorizem socialmente a mulher, não usar termos degradantes pode evitar que um ciclo de violência doméstica e desvalorização da mulher se perpetue. A lei hoje é uma adolescente. Esperamos que ao amadurecer, esse instrumento tão importante atualmente seja apenas a triste lembrança de um tempo ruim, em que a igualdade de gênero precisa ser garantida pela norma e não pelo respeito mútuo.

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Publicado na edição 1324 – 11/08/2022

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