Desde o término da apuração dos votos na noite do último domingo, 2 de outubro, o que mais temos ouvido falar no meio político de nossa cidade é que Araucária perdeu a chance de eleger um candidato local a deputado estadual e federal.
Temos ouvido que a cidade fica em desvantagem ao não abraçar uma candidatura nativa, perdendo espaço nas discussões nacionais e estaduais acerca de políticas públicas que interessem ao cidadão araucariense. Ouvimos também que cidades com eleitorado inferior a Araucária têm representantes nas casas legislativas estadual e federal.
Comenta-se ainda que falta consciência ao eleitor local ao não abraçar os candidatos nativos, optando por candidaturas “estrangeiras”, alguns de candidatos que sequer sabem identificar onde fica a cidade dos gloriosos Tinguis no mapa paranaense.
Há ainda aqueles que defendem a necessidade de que os políticos locais se unam para o lançamento de uma candidatura de consenso em pleitos estaduais. Porém, todos que fazem tal defesa só concordam com ela desde que o escolhido seja “ele”.
Enfim, o que não falta é candidato local derrotado nestas eleições culpando o eleitor pelo fracasso nas urnas. O que não se vê, no entanto, são esses candidatos se perguntando a razão de não terem recebido o voto do cidadão araucariense.
Será mesmo que o eleitor vota no candidato com residência fixada além dos limites dos rios Barigui e Iguaçu por falta de compromisso com a cidade? Ou será que o eleitor assim o faz porque não enxerga em quem aqui reside a melhor opção.
Talvez ande faltando aos nossos candidatos refletir um pouco mais sobre o que suas candidaturas representavam nestas eleições. Será mesmo que eles souberam se comunicar com a população? Será mesmo que escolheram os cabos eleitorais certos? Será mesmo que eram a melhor opção? Será mesmo que a população errou ao não escolhê-los?
Aproveitemos essa ressaca pós-eleição para pensarmos melhor nisso. Boa leitura!
Publicado na edição 1332 – 06/10/2022