Jesus veio instaurar o Reino de Deus, onde os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os mortos ressuscitam, os surdos ouvem e os pobres são evangelizados. Essa foi a sua resposta, quando João Batista que estava na prisão, pediu que os seus discípulos perguntassem para Jesus se ele era o Messias esperado. Claramente, ele se coloca ao lado dos sofredores e abandonados pela sociedade. Movido por uma compaixão sem limites, ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância. O seu amor era para com todos, mas, os seus prediletos, eram aqueles excluídos pela sociedade, porque Deus quer que todos vivam dignamente, pois, todos são filhos seus e não apenas privilegiados.
A vida toda de Jesus esteve voltada para os pequenos e oprimidos, sem distinção de raça, sexo, ou classe social. Facilmente o encontramos curando os doentes, anunciando a boa nova aos pobres, e, levando fé e coragem a todos aqueles que se sentiam deixados de lado pelo sistema político e religioso da época. Além dos sofredores, ele vai ao encontro dos pecadores e lhes propõe o caminho da salvação. Muitos o acolhem em suas casas e se dispõem a mudar de vida, a largar práticas erradas, servindo os mais necessitados. Falar o nome de Jesus e odiar os mais pobres e sofredores, é simplesmente contraditório e incompreensível.
As pessoas iam ao seu encontro, na certeza de serem escutados e levados em consideração. Vendo a multidão que acorria a ele, disse: ‘tenho pena desse povo, pois são como ovelhas sem pastor’. Ele se apresenta então como o Bom Pastor, que conduz as suas ovelhas para águas cristalinas e verdes pastagens. Ele se preocupa com cada ovelha, sobretudo, com aquela ferida e abandonada. O seu jeito de ser, realmente, mudou a sociedade, pois, o seu projeto é de inclusão, onde todos possam viver como irmãos, que se querem bem, se ajudam, são solidários e compassivos. Com certeza, ninguém nunca amou como ele, nunca acolheu de modo tão carinhoso, terno, misericordioso a todos os que vinham ao seu encontro.
Seguir a Jesus, significa colocar-se ao lado dos sofredores, ser empático, sentir a dor do outro, ser compassivo e terno como ele foi. Quando desprezamos alguém que sofre, ou porque é pobre, ou porque é doente, ou porque tem uma cor diferente, estamos desprezando o próprio Mestre Jesus. Ele se coloca claramente como defensor daqueles que são excluídos pela sociedade da época. E, hoje, novamente ele é a esperança de tantos que são desprezados, diminuídos, por causa de seus limites físicos, ou por causa de sua pobreza, cor ou sexo. Ele quer o bem de todos, mas, sonha com uma sociedade de irmãos, onde possa acontecer o Reino de Deus.
Como passageiros no trem da vida que passa, e, como cristãos batizados, seguidores de Jesus Cristo, somos chamados a sermos solidários e fraternos com os que sofrem. O nascimento de Jesus que se aproxima, nos convoca a uma mudança de vida, a uma transformação interior, sendo capazes de partilhar e ajudar os mais sofredores. O Natal só poderá ser pleno, se formos mais humanos e mais irmãos uns dos outros, levando a esperança àqueles que mais necessitam de nossa presença e do nosso amor.