Impossível não lembrar da minha avó ao ouvir a palavra “quebranto” ou “quebrante”, pois ela sempre rezou pela melhora de saúde de bebês que depois de caírem em colos ou olhos de pessoas energeticamente sobrecarregadas adoeciam, tinham crises de soluços. Depois das orações feitas com amor e fé de minha avó, os pequenos saravam. A questão é que não são apenas as crianças que estão suscetíveis a essas situações, mas adultos também.

O quebranto é uma dessas forças sutis que a espiritualidade popular reconhece há séculos. Ele não é apenas um mal-estar sem explicação — é uma forma de carga energética negativa que se instala no corpo e na alma. Pode ser causado por inveja, cobiça ou mesmo por olhares excessivamente admirativos e inconscientes, que atravessam o campo energético da pessoa e o desequilibram.

Diferente do que muitos pensam, o mau-olhado não exige necessariamente maldade. Às vezes, vem de pessoas que sequer percebem o quanto estão carregadas de frustrações, medos e ressentimentos — e ainda assim, seu olhar se torna pesado como uma pedra sobre o campo vibracional de quem está aberto, sensível ou espiritualmente desprotegido.

Os sintomas? São sutis, mas claros: cansaço que não passa, dores de cabeça sem causa médica, desânimo repentino, sono interrompido, irritação, apatia ou até pequenos acidentes domésticos em sequência. Muitos passam por isso achando que é apenas “uma fase ruim”, quando na verdade é o espírito pedindo socorro.

E aí entra o papel dos saberes ancestrais, como os da minha avó. Um bom benzimento, um banho de descarrego com ervas, uma oração feita com fé e intenção pura — tudo isso pode romper as amarras invisíveis que o quebranto instala. Hoje, com minha jornada espiritual, compreendo que essas curas populares são tecnologias sagradas de proteção, ensinadas por quem aprendeu a sentir o mundo com o coração.

Sugestão prática:

Para quebranto em bebês ou crianças, uma prática simples e ancestral é passar um galhinho de arruda fresca em forma de cruz sobre o corpo do bebê, do alto da cabeça aos pés, enquanto se reza com fé. A prece pode ser assim:

“Maria, Mãe de Jesus, envolve este pequeno com teu manto de luz e proteção. Que o Menino Jesus toque com sua mão sagrada este corpo e esta alma, desfazendo todo o peso, todo o mal-olhado, toda inveja ou susto. Que a paz retorne, que a saúde floresça, e que os anjos do Senhor o guardem e iluminem. Em nome do teu amor de mãe e da luz do teu filho, que assim seja.”

Para adultos, um banho de arruda, alecrim e sal grosso, do pescoço para baixo, também ajuda a limpar o campo energético. Após o banho, acenda uma vela branca e eleve uma oração com gratidão.

Mas não basta apenas remover o mal — é preciso fortalecer o bem. Cultivar bons pensamentos, manter sua casa espiritualmente limpa, praticar o silêncio interior, usar seus oráculos, alinhar sua fé com sua prática… tudo isso é escudo. Quem está conectado com sua essência se torna menos vulnerável ao olhar alheio.

O quebranto existe, sim. Mas a cura também. E ela começa com o reconhecimento de que somos mais do que corpo — somos alma, campo, energia em constante troca com o mundo ao nosso redor.

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Edição n.º 1464.