Nenhum pai ou mãe suporta ver seu filho sofrer. Porém, os pais precisam aprender a lidar com essas situações e a ser fortes por seus filhos. O cantor Júnior Lima, conhecido por cantar em dupla com a irmã Sandy, publicou um vídeo em sua rede social, onde relata o desafio que a família vem enfrentando nos últimos tempos. Sua filha Lara, de apenas 3 anos, foi diagnosticada com uma doença rara que afeta os rins, a síndrome nefrótica.

O doutor Diogo Romariz Peixoto, médico nefrologista e especialista em feridas da Clínica São Vicente, fala sobre a gravidade dessa condição e como funciona o tratamento. Segundo ele, a doença afeta diretamente os rins causando a perda de proteínas na urina. “Com menos proteína no sangue, a água sai dos vasos e vai para os tecidos, causando inchaço. O fígado, por sua vez, tenta compensar e produz mais gordura (colesterol). Sendo assim, podemos dizer que é uma doença que causa perda de proteína na urina, inchaço e colesterol elevado”, explica.

Você sabe o que é a síndrome rara da filha do cantor Júnior Lima? Médico explica!
Foto: Divulgação. O doutor Diogo explica que a doença pode afetar pessoas de todas as idades.

O especialista também cita que essa doença pode afetar qualquer faixa etária. As causas são divididas em duas categorias: a primeira são as causas primárias, como doenças do próprio rim, mais comuns em jovens e crianças. Na segunda categoria, o alvo são pessoas adultas e idosas, onde a síndrome é causada por consequência de outras doenças, como Diabetes, lúpus, câncer, uso de medicações ou por infecções (HIV, Hepatites). Os sintomas da síndrome são: edema (inchaço), ganho de peso, espuma na urina, cansaço e fraqueza. Em alguns casos, pode ocasionar infecções frequentes e tromboses.

“Através dos sintomas relatados pelo paciente, o médico suspeita da doença e solicita exame de urina para quantificar a perda de proteína e exame de sangue com objetivo de dosar albumina, que é um tipo de proteína, colesterol e creatinina para avaliar se há perda da função renal. Em determinadas situações, é preciso fazer uma biópsia do rim. Quando a causa é tratável, no caso do uso de algumas medicações ou infecção, a sua suspensão do remédio e o tratamento da infecção podem levar a cura. Nas demais situações, como no Diabetes, o foco do tratamento é reduzir a perda da proteína e proteger o rim. No caso das crianças, geralmente há uma boa resposta com corticoides e o rim volta ao normal”, descreve.

O doutor também cita que há riscos de recidiva, mesmo após o tratamento da síndrome. De acordo com ele, isso pode acontecer principalmente com os pacientes que foram afetados pelas causas primárias, onde a doença surgiu no próprio rim. A recidiva pode acontecer pela doença ainda estar ativa ou ser desencadeada por algum novo dano.

Para crianças, a maioria dos tratamentos segue com o uso de corticoide, e normalmente apresentam boa resposta. Já para adultos, a situação é mais complexa, onde, na maioria dos casos, necessitam do uso de outros imunossupressores e associação de medicamentos. “Infelizmente, não há uma forma direta de prevenir a síndrome nefrótica, pois muitas vezes acontece por razões que não dependem de nós. Mas manter um estilo de vida saudável, evitar medicamentos tóxicos ao rim (antiinflamatórios) e manter acompanhamento médico regular, reduz o risco”, finaliza.

Serviço

O nefrologista e especialista em feridas Diogo Romariz Peixoto atua com o CRM 23042 e CBO 225109 na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone para contato (físico e WhatsApp) é (41) 3552-4000.

Edição n.º 1478. Victória Malinowski.