Na última semana, o auditório Zilda Arns se tornou palco de um encontro muito importante: o Emprega Araucária – 1.º Simpósio Municipal do Trabalho, Emprego e Renda. Gestores públicos e representantes da iniciativa privada se reuniram para discutir como transformar políticas e estratégias em ações reais de geração de empregos, qualificação profissional e aumento de renda no município. Mais do que indicadores e metas, a pauta central foi o potencial de desenvolvimento humano e o poder de criar oportunidades capazes de transformar vidas.

E, por falar em abrir portas, antes de qualquer carreira de sucesso existe sempre a primeira chance. Seja um estágio, uma vaga de jovem aprendiz ou o tão sonhado primeiro emprego, esse momento é, muitas vezes, o divisor de águas entre um futuro incerto e uma trajetória promissora.

Quem já esteve à espera sabe o valor de uma oportunidade: é nela que se constrói experiência, se aprende a lidar com responsabilidades e se vislumbra um caminho possível. Mas, para muitos jovens, especialmente os que vivem em situação de vulnerabilidade, essa porta parece mais pesada para abrir.

É justamente aí que iniciativas como o Centro de Referência em Capacitação (CRC), da Secretaria Municipal de Assistência Social, fazem a diferença. O CRC oferece cursos profissionalizantes e de pré-aprendizagem gratuitos, especialmente para adolescentes que, muitas vezes, enfrentam barreiras sociais, econômicas e educacionais.

Para esses jovens, cada curso concluído é muito mais do que um certificado: é um passaporte para a autonomia financeira, uma ruptura com ciclos de pobreza e um passo concreto rumo a um futuro diferente.

O simpósio também expôs um desafio que afeta todo o país: existem vagas disponíveis, mas falta mão de obra qualificada para preenchê-las. Essa desconexão entre as necessidades do mercado e a formação dos trabalhadores exige mais do que discursos. Pede ação coordenada entre poder público e setor produtivo. Significa ouvir as demandas das empresas, alinhar currículos de cursos às novas exigências e investir em capacitação constante.

Ao final, o Emprega Araucária deixou uma mensagem clara: para que um município seja mais justo e próspero, é preciso construir pontes entre quem pode oferecer oportunidades e quem está pronto para agarrá-las. E essa ponte, na vida de um jovem, pode começar com um simples “sim”, aquele que concede o primeiro estágio, o primeiro contrato ou a primeira chance de provar seu potencial. Porque, afinal, se mudarmos o começo da história, mudamos a história toda.

Edição n.º 1478.