O homem de 51 anos que foi preso pela Delegacia da Mulher de Araucária na terça-feira (16/09), no bairro Porto das Laranjeiras, acusado de abusar da enteada por 22 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo determinado). O suspeito passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (18), e permanecerá preso durante as investigações do crime.

Segundo o delegado Eduardo Kruger, titular da Delegacia da Mulher, ele irá responder pelos crimes de estupro de vulnerável (por diversas vezes), estupro (por diversas vezes), cárcere privado, perseguição, lesão corporal qualificada, e ainda de causar dano emocional à mulher, que hoje tem 29 anos. “O abusador negou todas as acusações. No interrogatório na Delegacia, disse que é tudo mentira e que ele vive para a família dele”, descreve o delegado.

Relembro o caso

A prisão aconteceu após a vítima ter usado a desculpa de ir a um posto de saúde para fugir e procurar a Delegacia da Mulher de Araucária para denunciar as agressões que vinha sofrendo. Os policias haviam feito contato com ela no dia anterior, depois de uma denúncia anônima feita à DM no número 180, na qual o denunciante informou que o homem, anteriormente padrasto da vítima, cometia abusos contra ela desde os 7 anos de idade.

Conforme apurado nas investigações preliminares, quando completou 16 anos, a vítima teria sido forçada a se casar com o agressor após engravidar. Hoje ela possui três filhos com o acusado e, recentemente, passou a perceber comportamentos estranhos dele para com as filhas. Ela temia que o homem fizesse com elas o mesmo que lhe fez quando ainda criança.

Os abusos contra a mulher incluíam agressões físicas e psicológicas, além de frequentes restrições à liberdade e relações sexuais não consentidas. A vítima também era monitorada através de câmeras instaladas por toda a residência, seu celular era vigiado e sua saída de casa era sempre controlada pelo agressor. Ele ainda teria obrigado a vítima a se relacionar com outros homens e gravado os encontros.