Na última semana, 21 mulheres concluíram os cursos de Cuidadora de Idosos e Cuidadora Infantil, ofertados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, por meio do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), em parceria com o Senac. Bastaram poucos minutos da cerimônia de formatura para perceber que não se tratava apenas da entrega de certificados, mas da celebração de trajetórias, escolhas corajosas e recomeços. Que tarde emocionante.

Com duração de dois meses, as formações se somam a outras iniciativas desenvolvidas pela SMAS, agora com a Diretoria da Mulher, potencializando o espaço do CRAM. Juntas, integram uma estratégia clara e necessária: criar oportunidades reais para que mulheres ampliem sua autonomia, reconstruam suas histórias e projetem novos futuros.

Nos depoimentos, vieram à tona relatos de dias difíceis, da correria para conciliar estudos e o cuidado com os filhos, das limitações financeiras e das marcas deixadas por relações atravessadas pela violência. Ainda assim, todas chegaram até o fim. E isso, por si só, já dizia muito. Havia ali um sentimento coletivo de vitória.

Uma das formandas contou que chegou a Araucária em busca de um recomeço, após romper um ciclo de violência. No curso de cuidadora infantil, encontrou não apenas qualificação, mas a possibilidade de fortalecer uma trajetória profissional que já vinha construindo. Falou com emoção e serenidade — a mistura exata de alívio e esperança, para ela e para seus três filhos.

Outra participante, em uma fase mais madura da vida, descreveu a formação como uma porta aberta para o mercado de trabalho. Porta que já começou a dar frutos: ela conquistou sua primeira oportunidade profissional e compartilhou a conquista com o brilho de quem volta a acreditar em si.

No conjunto, a formatura não apenas marcou o encerramento do curso, mas celebrou a potência de oportunizar. Mostrou o que acontece quando políticas públicas bem estruturadas encontram mulheres corajosas e determinadas a se reconstruir. É no acúmulo dessas histórias, vividas longe dos holofotes, que a cidade vai se tornando mais justa, mais humana e mais capaz de acolher — e é assim que se dimensiona, de fato, o alcance das políticas públicas.

Edição n.º 1496.