O jovem Lincoln Oliveira Cabral, de 19 anos foi aprovado no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), considerado um dos mais concorridos do país. O estudante garantiu a vaga após três anos de tentativas e preparação contínua, marcados por mudanças de cidade, bolsas de estudo e uma rotina intensa de dedicação acadêmica.

A primeira participação de Lincoln no vestibular ocorreu em 2023, ano em que concluiu o ensino médio. Na ocasião, ele avançou para a segunda fase do ITA, resultado que chamou a atenção de um cursinho de Fortaleza, o Farias Brito. Ainda naquele ano, foi aprovado nos cursos de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e de Engenharia da Computação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ambos em Curitiba.

Em 2024, decidiu manter o foco no objetivo de ingressar no ITA e seguiu os estudos no Farias Brito, onde conquistou uma bolsa de estudos com alojamento e alimentação inclusas, e obteve desempenho que lhe garantiu aprovação no Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro. No vestibular do ITA, ficou a 1,4 décimos da nota necessária para a classificação final.

Em 2025, Lincoln iniciou uma nova etapa de preparação por meio de uma bolsa concedida pelo cursinho Poliedro, em São José dos Campos, cidade onde está localizado o ITA. Durante esse período, manteve uma rotina de estudos de domingo a domingo, com aplicação frequente de provas e moradia em alojamento estudantil. A distância de cerca de 600 quilômetros de Araucária permitiu retornos mais frequentes à casa da família em feriados. O desempenho ao longo do ano resultou no primeiro lugar geral na primeira fase do vestibular e na nona colocação na segunda fase, assegurando a aprovação final.

Segundo os pais, a trajetória do estudante sempre esteve ligada ao interesse por aprendizado e à participação em atividades acadêmicas desde cedo. Eles relatam que Lincoln participou, por iniciativa própria, de olimpíadas de Matemática e Física ainda na infância e, na adolescência, passou a se dedicar à robótica, chegando a construir um robô de batalha e a participar de competições em São Paulo. “A palavra que usaria para defini-lo é dedicação. Quando ele quer algo, ele não mede esforços. Com a aprovação no ITA, ficará por pelo menos cinco anos morando distante de casa, mas, apesar da saudade, nós só temos a agradecer e a se orgulhar pelas excelentes escolhas que ele tem feito em sua vida”, contam os pais do jovem.

O próprio estudante relata que conheceu o ITA no segundo ano do ensino médio, por meio de questões de Matemática e Física presentes em materiais escolares, mas que o interesse mais consistente surgiu apenas no terceiro ano, quando passou a compreender melhor a instituição. Ele afirma que, inicialmente, o vestibular parecia distante, especialmente por não ter iniciado uma preparação específica desde o começo do ensino médio, como observava em outros candidatos. Mesmo assim, decidiu se inscrever nos exames do ITA e do IME e direcionar seus estudos para esse objetivo.

“Ainda que tenha mantido uma rotina de estudos intensa, sempre que possível eu retornava e estava próximo de meus familiares, o que foi fundamental para que fizesse a prova mais tranquilo e confiante de meus conhecimentos”, finalizou o estudante.

Edição n.º 1496. Maria Antônia.