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Escola altera horários das aulas e vans protestam
Na saída, transporte escolar teve que disputar espaço com os carros

Os jogos do Brasil na Copa do Mundo estão mexendo com a rotina das pessoas. Na Escola Municipal Irmã Elizabeth Werka, por exemplo, a direção optou por dispensar os alunos nos horários das partidas, fazendo a posterior reposição das aulas. Só que a medida adotada pela instituição acabou provocando uma grande confusão.
Na quarta-feira, dia 23, primeiro dia de reposição das aulas que foram dispensadas, representantes do Sindicato dos Transportadores de Araucária – Sindifretan procuraram a redação do Jornal O Popular para reclamar da mudança que, segundo eles, causou uma série de transtornos. “Em primeiro lugar, não fomos convocados para participar desta reunião onde foi decidida a mudança de horário, e ninguém pensou na confusão que isso iria provocar. Tivemos que nos desdobrar para conseguir atender os alunos. A saída das aulas, que comumente é às 17 horas, passou para às 17h30, e essa meia hora fez toda diferença”, comentou a presidente da entidade, Maria Lopata de Lima.
De acordo com ela, os motoristas das vans dirigiram sob tensão, colocando em risco a segurança das crianças, que estavam demorando para chegar em casa, deixando muitos pais agoniados. “E de que jeito vamos cumprir o horário se temos que respeitar as leis de trânsito? Sequer conseguíamos atender os pais porque falar no celular também é infração. Foi difícil e para piorar a situação atrasamos a vida dos alunos da faculdade, que também utilizam nosso transporte, e muitos estão em semana de provas. Disso as autoridades não querem saber, né?”, reclamou um dos transportadores.

Privilégio
Ele salientou que, além do atraso na entrega das crianças, eles também tiveram que enfrentar um trânsito intenso. “Não aceitamos que toda esta confusão tenha sido provocada por uma instituição que agiu de forma anti-democrática, sem ouvir a opinião de ninguém. Também criticamos o fato de outras vans terem tido privilégios, porque a escola dispensou seus alunos mais cedo, ao contrário dos nossos”.
Maria Lopata comentou que a determinação da Escola Werka acabou prejudicando todas as demais instituições de ensino, porque, em função do horário apertado para transportar os alunos, muitos acabaram chegando atrasados. “E o que mais me preocupa é que na próxima terça-feira, dia 29 de junho, a escola fará reposição com aula até às 17h30 e, nos dias 2 e 9 de julho reposições com aulas até às 12 h, e temo que a confusão se repita”, comenta.

Obrigação
A diretora da Escola Werka, Ingrid Gumm da Luz, comentou que não imaginava que a mudança de horário poderia causar tanta confusão. “Foi uma situação muito chata, porque fomos criticados pelos transportadores, e não vejo motivo para tanto, pois são apenas 30 minutos a mais de aula e também porque liberamos as crianças que precisavam sair mais cedo”, explicou.
Ingrid disse que é impossível a escola organizar o serviço das vans e que a instituição está apenas cumprindo sua obrigação e repondo as aulas que não foram dadas, no único horário que encontrou disponível para isso, uma vez que no sábado a carga horária dos professores já está completa.
“Não tínhamos outra opção e tentamos fazer algo que não prejudicasse ninguém. Muitos pais foram compreensivos e se organizaram, atitude que deveria ter sido tomada por todos”, reiterou.
A secretária municipal de Educação, Maria José Basso Dietrich, concordou com a medida tomada pela escola, uma vez que a mudança foi temporária e não permanente. “Serão somente quatro dias em que os alunos terão que ficar meia hora a mais na escola, é preciso um pouco de compreensão dos pais e dos transportadores que criticaram a reposição”, comentou.
Para evitar que a confusão se repita, na próxima terça-feira, dia 29, a secretária informou que o Werka vai manter a liberação dos alunos que precisarem sair mais cedo, mediante autorização prévia dos pais ou responsáveis.