Ainda está caindo a ficha sobre este momento único que estou vivendo, ser campeão é bom, mas ser penta, é muito melhor!”. Com essas palavras o paratleta araucariense Alex Witkovski descreveu a emoção ao conquistar a medalha de ouro no Zonal Championship, o Parapan da modalidade, em Edmonton, no Canadá, no sábado, 13 de maio. Defendendo a seleção brasileira de paravôlei, Witkovski ajudou o time a conquistar uma vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
“Desde o início do ano começamos os treinamentos na Seleção Brasileira, visando única e exclusivamente este título, pois a nossa tão sonhada vaga para Paris 2024 dependia dele, e assim fizemos, trabalhamos muito, às vezes até a exaustão. Para o nosso grupo não existia outra opção a não ser sair do Canadá campeões e com a vaga garantida. Treinamos todos os dias que estivemos lá, até mesmo nos dias de jogo (inclusive fomos a única seleção a treinar no dia da final, cerca de 4hrs antes do jogo, treinamos 1hr e aperfeiçoamos ainda mais nosso jogo”, conta.
Alex diz que o time iniciou o campeonato na fase de grupos contra a seleção dos Estados Unidos, venceu por 3×1 em um belo jogo. No dia seguinte enfrentou a Argentina e desta vez venceu por 3×0. No terceiro dia do campeonato o Brasil enfrentou os donos da casa e fez sua melhor partida. “Aplicamos 3×0 neles, não demos chance alguma para saírem vitoriosos e assim ficamos em 1° lugar na chave. Na semifinal enfrentamos novamente os argentinos e vencemos por 3×0. Avançamos para a final, esperando o vencedor de EUA X Canadá, os americanos venceram. Na final sabíamos que eles viriam pro tudo ou nada contra nós, achando que tinham chances já que no primeiro jogo venceram um set. E assim como fizemos contra o Canadá, não demos chance alguma pra eles. Jogamos demais, nosso jogo encaixou perfeitamente e assim aplicamos um 3×0. É indescritível a sensação do apito final do jogo, estávamos esperando isso a muito tempo”, comemora.
Para Alex, ser um atleta do alto rendimento brasileiro é muito difícil, ainda mais se tratando da categoria paralímpica. É preciso se esforçar ao máximo, às vezes sem apoio nenhum, tendo que abrir mão de muitas coisas pessoais para se dedicar ao esporte, porém quando se alcança o objetivo, todo o esforço vale a pena.
“Em 2021 participei da minha primeira Paralimpíada em Tóquio, no ano seguinte em 2022 me tornei medalhista mundial na Bósnia e Herzegovina quando conseguimos o 3° lugar após vencer o Egito na disputa do bronze, e este ano me torno penta campeão Parapan Americano no Canadá. Nem nos meus melhores sonhos imaginaria que isto poderia ocorrer. E ainda não acabou, pela seleção ainda temos a disputa da Copa do Mundo em novembro lá em Cairo, no Egito e vamos para brigar pelo pódio, sem dúvida alguma. Pelo meu clube, o Círculo Militar, tenho diversos compromissos também, vamos com tudo em busca dos títulos estaduais e do Campeonato Brasileiro. Até o final da temporada quero conquistar muita coisa ainda, afinal, pra mim nem o céu é o limite. Agradeço todo o apoio que obtive durante o campeonato, seja dos meus familiares, amigos e meios de comunicação que divulgaram a minha rotina. Vocês me motivam a cada dia ser um atleta melhor para o futuro do paradesporto”, declarou o paratleta.
Edição n. 1363