Araucária amanheceu mais triste neste sábado, 19 de junho, com a confirmação de que o empresário e ex-vereador Acyr de Almeida Torres, 88 anos, é mais uma das vítimas fatais da Covid-19. Ele estava internado há alguns dias e não resistiu as complicações da doença.
Figura muito simpática e carismática, dono de uma memória invejável, Acyr era filho de outra lenda araucariense: Archelau de Almeida Torres, grande empreendedor e visionário, que contribuiu para o desenvolvimento social e cultural da cidade.
Acyr sempre foi inquieto. Aos quinze anos já havia montado uma sala de aula em que alfabetizava os adultos que trabalhavam com o pai. Também foi locutor da rádio Cambiju, fez parte da diretoria do famoso Clube União, ex-clube Apolo, que além do salão de baile, tinha uma área social com um bar e para boliche, jogos de baralho e sinuca. Foi eleito, inclusive, por duas vezes o Rei do Carnaval. Acyr foi um dos primeiros sócios do Clube Operário, fundado por Máximo Cantador e Belarmino Dias da Costa.
Acyr era bom de bola, mas nunca se profissionalizou, jogou futebol no Araucária Futebol Clube, no Clube Esportivo Fanático em Campo Largo e no Coritiba, onde foi bicampeão nas categorias amador e juvenil.
Sempre muito precoce, aos 16 anos, tornou-se um dos primeiros e o mais jovem bancário de Araucária, atuando como contínuo no antigo Banestado. Tempos depois foi convidado para ser gerente de uma nova agência na cidade de Rolândia e depois em Santa Isabel do Ivaí, ambas no norte do estado.
Acyr também foi vereador em Araucária por três mandatos consecutivos de 1973 à 1988, sendo que nesse tempo ele também trabalhou em diversos departamentos na prefeitura municipal, destacando-se como assessor de eletrificação junto à Copel.
Acyr só se casou aos 42 anos, quando conheceu sua esposa Liana Walendowski e não resistiu aos encantos da jovem catarinense no dia em que a viu em uma partida de futebol no estádio do Coritiba. O casal teve três filhos, Archelau Neto, Ana Carolina e Ana Paula.
Uma tragédia marcou a vida do casal que perdeu seu filho mais velhos Archelau de Almeida Torres Neto aos 18 anos, no acidente com o Edifício Atlântico, em Guaratuba, em 1995, quando morreram 29 pessoas, inclusive outros membros da família Torres e deixou a cidade consternada.
Acyr deixa a esposa, filhos e seus vários cachorros, grande parte deles recolhido das ruas de Araucária, a cidade que sempre amou.
O velório de Acyr será também neste sábado, às 14h, no Cemitério Central. Em razão das medidas de enfrentamento à Covid-19, a cerimônia será rápida, e durará apenas 20 minutos. O sepultamento acontecerá no mesmo cemitério