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Pessoas que sempre estiveram envolvidas com o movimento cultural de Araucária ou com o grupo de escoteiros lamentaram a falta de respeito da Petrobras, que tomou uma decisão tão severa, sem ao menos consultar a comunidade. Eles afirmam ainda que apesar de o Parque Tindiquera ser gerido pela empresa, está localizado em uma área dentro do município.
“Vejo com pesar essa falta de comunicação da Petrobras com a comunidade. O povo tem direito de saber o que será feito com terras que são nossas, tem o direito de querer preservar sua história. A Coudelaria é um espaço histórico que sempre foi muito mal cuidado. Foi desprezada por quem deveria administrá-la e hoje está depredada, tomada pelo mato. Aquele espaço foi muito utilizado pela população para o lazer nos finais de semana, acolheu piqueniques, festas de casamentos e vários outros eventos. Isso sem falar do grupo de escoteiros, que foi colocado lá primeiramente para atender a demanda dos filhos dos funcionários da Petrobras, que foram os primeiros a fazerem parte do grupo. Acolheu crianças e jovens com o objetivo de promoção social, criou programas e projetos”, relembrou Maria Aparecida Rolim.
Ainda de acordo com ela, vários erros aconteceram nessa decisão da Petrobras, mas o pior de todos foi a falta de consideração com a população. “Precisamos sim reaver aquele espaço, tem muita coisa que nos interessa lá dentro”, reiterou.
Ana Paula Frazão também falou que o espaço é de extrema importância para a história de Araucária. “Uma cidade que tão pouco preservou do seu passado, merecia ganhar de presente da Petrobras não só o parque, mas a manutenção do mesmo. Deveria ser esse um espaço para encontros, onde a população pudesse relembrar o passado e estabelecer novas conexões. Araucária já sofre de tanto desamor, e a perda de mais esse patrimônio será mais um duro golpe em nosso sentimento de pertencimento. Espero realmente que isso não se concretize. E que a Petrobras que tanto já recebeu da cidade de Araucária, possa agora retribuir, mantendo viva parte da história do município”, ponderou.
Da mesma opinião compartilha Jester Furtado, que critica a negligência e a omissão do poder público com relação ao Parque Tindiquera. “A Coudelaria não é somente um espaço que os escoteiros utilizam, ela tem importância histórica para o município. No local foram criados cavalos que iam para a Guarda Nacional. É um absurdo que a Petrobras tenha autonomia de dizer o que ela pretende preservar ou não. Se até hoje o parque não foi preservado é porque o poder público local não fez esse enfrentamento. Precisamos preservar e revitalizar esse espaço histórico. A discussão em torno do tema é necessária e pertinente”, disse.
O diretor de patrimônio do grupo de escoteiros Gralha Azul/Cepe/Petrobras, Joselito Bueno, que está à frente do grupo desde 1982, também criticou a postura da Petrobras, e comentou que se o grupo tiver que sair do parque, será muito triste para todos os envolvidos, desde os dirigentes, crianças e adolescentes, até os pais e voluntários. “Não sei se conseguiremos encontrar na cidade outro espaço como aquele para a prática do escotismo”, lamentou.
Segundo ele, o grupo utiliza as dependências do parque há 35 anos e desde sua fundação já atendeu mais de 15 mil crianças e adolescentes.

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