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Ataque de cão contra garoto coloca em xeque a guarda responsável e a ferocidade das raças

Após um cachorro da raça pit bull ter atacado um garoto de 13 anos na tarde de quarta-feira (04/08), no jardim Fonte Nova, duas situações polêmicas vieram à tona. Primeiro, por conta da situação que fez com que o cachorro estivesse na rua, provocada por um descuido do seu tutor, que teria deixado o portão aberto. Segundo, porque ao mencionar ser um pit bull, propagou-se o mito de que a raça é naturalmente violenta.

Para buscar esclarecimentos sobre essas questões, o jornal O Popular conversou com a veterinária Ieda Ohpis, que também é protetora independente. Segundo ela, todo e qualquer animal, independente da raça, deve ser criado dentro dos muros da residência, em local com espaço apropriado. “Nenhum animal que possui dono, deve estar na rua, seja o dia todo, ou seja, apenas para um passeio, como alguns tutores acham normal. Esta situação independe de raça, mas da responsabilidade do tutor de zelar pelo referido animal, que quando se encontra dentro dos limites da sua propriedade, não representa risco de atacar ninguém”, explica a veterinária.

Ela explica que a raça não influencia na agressividade de um cão, o que influencia é a educação que lhe foi ensinada. “Ora vemos pinschers que são de pequeno porte, mas muito agressivos, e por sua vez, também encontramos pit bulls que são extremamente dóceis”, compara Ieda.  Ieda diz que existem situações em que o cão que já teve uma péssima educação, pode se encontrar em momento de estresse, pelo ambiente, pelos sons, o que pode acabar tornando-o mais agressivo que o normal. Mas sobre a raça, reforça que se criou o estereótipo de que o pi tbull é mau, cruel e violento, porém nenhuma raça nasce desta forma, o animal aprende conforme o que o seu tutor ensina. “Por exemplo, se você criar essa raça com amor, carinho e disciplina, ele será dócil, já  se você criar ele para ser violento, cruel, etc, como vemos em rinhas, por óbvio que este cão vai ser violento. Muitos tutores veem o pit bull apenas como um cão de guarda e o criam para agir desta forma, que por consequência, se não houver disciplina e controle por parte do tutor, poderá vir a se transformar em um cão agressivo”, orienta a veterinária.

Ieda disse ainda que o tempo passa e as pessoas continuam a criticar o cão da raça pitt bull, quando na verdade deveriam estar se perguntando qual a criação que o mesmo teve para ficar assim. “Lembrando que existem várias outras raças grandes, como Pastor alemão, Dog Alemão, Mastim, Cani Corso, Rottweiler, Dobermann, essas são algumas raças de cães que normalmente são usados para guarda, mas somente vemos as notícias criticando a raça pit bull, o que demonstra um certo preconceito”, criticou.   

Ataque de cão contra garoto coloca em xeque a guarda responsável e a ferocidade das raças
Foto – divulgação

Texto: Maurenn Bernardo

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