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Atividades de verão podem ser perigosas para a saúde Atividades de verão podem ser perigosas para a saúde
A atividade precisa começar lentamente para que o corpo possa se adaptar

“Realizar uma atividade física”. É comum esse objetivo aparecer na lista de metas para o ano novo e, por isso, as academias lotam nos primeiros meses do ano e as pistas de atletismo dos Centros Esportivos ficam repletas de pessoas que buscam mais qualidade de vida.

De acordo com o cardiologista Gunther Langendyk, a prática de exercícios é extremamente benéfica, já que previne inúmeras doenças, auxilia na recuperação de outras e ainda promove bem estar físico e mental. No entanto, sem acompanhamento médico, essas atividades podem ser perigosas. “Pacientes com doenças cardíacas, por exemplo, só podem realizar atividades aeróbicas como caminhada, natação, ciclismo e dança após uma avaliação detalhada de suas condições para estabelecer limites”, pontua.

No entanto, pessoas que não sofrem de problemas de coração também estão sujeitas a riscos. Segundo o ortopedista Eduardo Tosta Garschagen, é comum o “atleta de verão” iniciar uma atividade física esperando resultados imediatos. Assim, ele exagera no peso utilizado nos aparelhos da academia ou no tempo da atividade. “Isso pode sobrecarregar musculaturas, tendões e articulações, principalmente as que suportam carga, como lombar e joelhos”, adverte.

Outra situação comum, segundo o especialista, é a caminhada e a prática de esportes que começa e termina nas praias. “A pessoa aproveita os dias no litoral para realizar uma atividade na areia, o que está errado, pois em terrenos moles existe uma necessidade física muito maior. Esse tipo de exercício deve ser deixado para pessoas já habituadas aos esportes”, alerta.

Situações assim, segundo ele, podem causar dores e levar a pessoa a desistir dos exercícios rapidamente. “Por isso, a atividade deve iniciar lentamente para que haja adaptação corporal, principalmente para pessoas mais velhas”, aconselha.

Exemplo
O casal Sebastião e Semíramis Siqueira, de 61 anos, decidiu colocar isso em prática. “Há quase dez anos, minha esposa ouviu seu médico comentar que as atividades físicas faziam muito bem para a saúde, e ela me chamou para caminhar”, conta o senhor Sebastião.

Segundo ele, o exercício começou devagar e, aos poucos, os dois foram se adaptando. “Hoje nós caminhamos quase duas horas e ainda fazemos muito exercício enquanto trabalhamos na nossa chácara”, comemoram os araucarienses, que realizam exames regularmente e não apresentam problemas de coração ou de coluna.

De acordo com o cardiologista Gunther, uma característica que faz diferença em situações como a do casal apresentado é a disciplina. “O ideal é realizar as atividades com determinação durante o ano todo, e não apenas no verão”, aconselha.

Para isso, ele garante que vale a pena conversar com um médico antes de iniciar qualquer exercício. “Afinal, uma ‘boa caminhada’ para um atleta é uma coisa, enquanto uma ‘boa caminhada’ para uma pessoa idosa, por exemplo, é algo bem diferente. A avaliação e os limites são individuais”, finaliza.
 

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