Que rosto tem o mal? Oval, redondo, quadrado, triangular, longo? Como é a voz do mal? Aguda, mezzo-soprano, grave? Como são seus trejeitos ao caminhar? Do que se alimenta o mal?

São todas perguntas que nos vem à cabeça quando nos deparamos com situações absurdas, inimagináveis como as que nos foram jogadas na cara esta semana com as denúncias de uma série de violações de direitos que eram vítimas crianças que frequentavam uma escolinha particular de nossa cidade.

E essas perguntas nos veem a cabeça porque sempre que somos confrontados com o absurdo precisamos comparar este absurdo a outra coisa até para que consigamos balizar nosso raciocínio.

E, no caso concreto, vermos crianças de três, quatro anos, amarradas pelos braços, contidas como animais selvagens, só nos permite a comparação ao mal em sua essência. Exatamente! É só quem adora o mal em sua essência que é capaz de praticar ou avalizar atos como esse de maneira aparentemente tão natural.

É por isso que se a maldade tem um nome o nome é Shanduca! A escolinha da tortura que descobrimos existir em Araucária esta semana!

E o mal a gente combate com Justiça! O mal a gente combate com o bem! O mal a gente combate com empatia! O mal a gente combate não deixando que ele caia no esquecimento!

E é esse o papel da imprensa profissional no presente caso! Não permitir que esse absurdo fique sem apuração, fique sem justiça. E justiça em todas as suas instâncias. Justiça para cada família que teve o filho torturado. Justiça para os colegiados que foram enganados pela face do mal. Justiça para a coletividade araucariense!

Justiça para todos nós que, apesar dos defeitos inerentes ao ser humano que todos temos, estamos sofrendo em nosso íntimo simplesmente em imaginar o que essas crianças sofreram nos corredores, salas e banheiros da escolinha da tortura!

Edição n.º 1473.