Adaptar obras com mais de um século para a nova geração é uma tarefa árdua, e que para muitos acaba em fracasso. “O Homem Invisível”, adaptação do livro de H.G. Wells, chegou às telonas nessa semana com o intuito de rebutar o universo de horror da Universal, e também para quebrar esse paradigma, mostrando como realizar releituras de obras clássicas de forma atual e relevante, mesmo no gênero do terror.
Com a estrela Elisabeth Moss protagonizando o longa, a narrativa aborda os traumas e anseios de uma mulher que acaba de sair de um relacionamento abusivo. Trazendo a tona um tema complexo, o diretor Leigh Whannell mostra habilidade e sensibilidade ao tratar da violência sofrida pela personagem, passando longe do clichê ou do sexismo, um erro clássico cometido por muitos diretores.
Em razão do vilão ser invisível aos olhos dos personagens, uso de jumps scares ou outros artifícios datados do gênero, são dispensados, dando um show em inúmeros quesitos técnicos. Deixando o espectador na ponta da cadeira, e por vezes, desconfortável pela situação aterrorizante vivida pela protagonista, que se vê desacreditada perante as autoridades. Moss, brilha como intérprete, passando veracidade em cada novo ato da narrativa. Os espectadores podem esperar por um filme eletrizante, mas com um roteiro inteligente e atual.
Leia a sinopse
Quando diversas coincidências colocam as vidas das pessoas que ama em risco, a moça tem sua sanidade testada enquanto ela tenta provar para ao mundo que está sendo assombrada por alguém que ninguém consegue ver.
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