Coluna | Todos nós somos chamados à santidade

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A busca da santidade sempre fez parte da nossa vida como cristãos, seguidores de Jesus Cristo. Mas, por vezes, imaginamos que ela seja algo designado àqueles mais perfeitos, a um grupo restrito de pessoas, enquanto nós jamais teremos acesso a ela. É por isso que se torna fundamental entender o que significa a santidade e o que é pedido de cada um de nós para buscá-la no nosso dia a dia. Diz o papa Francisco que ‘todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra’. E acrescenta: ‘esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo com pequenos gestos’. Parece simples, porque requer de cada um de nós, uma vida vivida com amor. Mas, na prática, é muito exigente, pois pede de nós um desprendimento do egoísmo, da indiferença, da inveja, da vingança, para vivermos de modo desarmado, livre e gratuito, colocando a nossa vida a serviço dos irmãos.

Jesus apresenta oito bem-aventuranças, como proposta de vida para quem quer ser santo. E todas elas nos fazem sair de nós mesmos, indo ao encontro do outro, sobretudo, daquele que mais sofre e necessita da nossa ajuda. Feliz, bem-aventurado é aquele pobre de espírito, desapegado dos bens deste mundo, capaz de ajudar e de partilhar; o manso de coração, que vive a vida com humildade, sem arrogância ou prepotência; os puros de coração, que não tem no seu íntimo maldade, ódio, impurezas morais; os que choram com a dor do outro, se colocando no seu lugar e, prontos para escutar, ajudar e servir; os misericordiosos, que não julgam e nem condenam, mas, que são amorosos e compassivos com o erro e o sofrimento do outro; os que promovem a paz, contra todo tipo de armamento e desejo de violência; aqueles que têm fome e sede de justiça, que buscam viver a vida de modo honesto, transparente, contra todo tipo de desvio ou corrupção; enfim, felizes são os perseguidos por causa do evangelho, através de perseguições físicas, ou então, calúnias e mentiras contra quem prega a boa nova, anunciada por Jesus por palavras, gestos e ações.

O papa Francisco apresenta algumas características necessárias para viver a santidade neste mundo. São atitudes concretas, diante das enormes adversidades vividas por quem procura realmente seguir Jesus Cristo. A primeira destas características é ‘permanecer centrado, firme em Deus que ama e sustenta. A partir desta firmeza interior, é possível aguentar, suportar as contrariedades e vicissitudes da vida e também as agressões dos outros, as suas infidelidades e defeitos’. Em seguida, o papa fala da alegria e do sentido do humor de quem busca a santidade. ‘O santo é capaz de viver com alegria e sentido de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um espírito positivo e rico de esperança. Ser cristão é alegria no Espírito Santo’. O papa acrescenta a isso a atitude de ousadia e ardor, a parrésia, que significa ‘um impulso evangelizador que deixa marcas neste mundo. Ter coragem, movidos pelo Espírito Santo, para não sermos paralisados pelo medo e ficarmos fechados, numa Igreja que cheira mofo, criando um ambiente doentio’. O papa enaltece a vida de comunidade, como caminho de santidade, pois, a Igreja nasce como comunidade de fé. ‘A santificação é um caminho comunitário que se deve fazer dois a dois’. E, por fim, uma característica conclusiva para a santidade, está na vivência de uma oração constante. Diz o papa: ‘a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração. O santo é uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade de comunicar-se com Deus’. A busca da santidade pode se resumir em: amor a Deus e ao próximo, como a si mesmo.

Publicado na edição 1286 – 04/11/2021

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