A instalação de um elevador hidráulico para a Câmara Municipal de Araucária gerou um tremendo mal estar entre os vereadores Adriana Cocci (PTN) e Rui Sérgio Alves de Souza (PT) durante a última sessão plenária do Legislativo, realizada na terça-feira, dia 7.
Do alto da tribuna, Adriana disse que ficou surpresa com a construção, considerando que faltam cerca de 20 dias para Rui deixar a presidência da Casa. Ela afirmou ainda que ficou sabendo no setor financeiro da Casa que o equipamento estava sendo adquirido “meio a toque de caixa”. A edil insinuou também que o valor pago pela Câmara no equipamento não era dos mais baixos. “Eu fiquei surpresa, pois o Rui não me falou nada e pagou R$ 80 mil na instalação do elevador. Deve ser um elevador de ponta, pois um amigo meu colocou um elevador no prédio dele e pagou R$ 35 mil”, cutucou.
Não satisfeita, Adriana deixou o elevador de lado e passou a questionar uma licitação em que a Câmara comprou R$ 48 mil em combustível. “Eu nunca peguei uma gota de combustível da Câmara e toda vez que tive que emprestar um carro da Presidência tive que abastecer”, afirmou.
Ao final da sessão, Rui contra-atacou. Afirmou que a vereadora não foi consultada sobre a compra do elevador, pois esta é uma decisão que cabe ao presidente da Câmara. No entanto, ressaltou que todas as informações sobre a compra estão disponíveis para quem quer que seja. Ele ainda explicou que o elevador era uma reivindicação da Adefar (Associação dos Deficientes Físicos de Araucária) e permitirá que cadeirantes e pessoas com algum tipo de dificuldade de locomoção possam ter acesso aos gabinetes que ficam no andar superior da Câmara.
Rui disse ainda que cada vereador paga a gasolina que utiliza nos carros locados pela Câmara e explicou que o combustível comprado pela Casa é para abastecer os carros da Presidência, que fazem serviços administrativos. Neste momento, ele aproveitou para dar uma cutucada em Adriana: “a senhora é uma das que mais empresta o carro da Presidência e eu nunca neguei o veículo. Inclusive, o dia em que a senhora pediu o carro para ver a sua mãe, que havia sofrido um acidente, eu emprestei, e como não tínhamos motorista seu funcionário foi dirigindo e cometeu aquele erro, mas graças a Deus não deu nada”, entregou, sem revelar qual foi o erro e o nome do funcionário que o cometeu.
Voltando ao elevador, Rui afirmou que não aceitaria chantagens: “não me ameace vereadora; trabalhe, realize”, acrescentou.
Quanto custou?
A licitação para contratação da empresa para o fornecimento e instalação do elevador da discórdia na Câmara teve seu edital lançado em 21 de setembro. Ou seja, há mais de dois meses. A modalidade escolhida para a aquisição foi o Pregão e o preço máximo era R$ 81.226,67. A abertura das propostas aconteceu em 1º de outubro e venceu a empresa Coelko Eletromecatônica Ltda, que fará o serviço por R$ 68 mil.
Waldiclei Barboza (W.B)