Crise hídrica e a insegurança alimentar em Araucária

Foto: Sanepar
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Crise hídrica e a insegurança alimentar em Araucária
Foto: Sanepar

Com a intensa crise hídrica no Paraná, a queda na produção de agricultores familiares retrata também a perspectiva de outro problema: a insegurança alimentar. A diminuição na oferta de alimentos e perdas do setor agrícola levam ao aumento de preços — e como consequência, a dificuldade no acesso desses alimentos por parte de famílias vulneráveis. “A insegurança alimentar grave, a fome, dobra quando você não tem a oferta adequada de água para produzir alimentos, o que também tem relação com a renda, poder de compra e acesso a distribuição de água dos agricultores. À medida que a seca se intensifica e a água começa a faltar, isso vai impactar os agricultores de A a Z”, explica Nilson de Paula, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN).

Seca e a relação campo x cidade

Nilson destaca que o aumento de preços não necessariamente beneficia o produtor, afinal ele também sofre com perdas na produção, aumento de gastos e, no caso de agricultores familiares, com baixa renda. Como a maior parte dos alimentos que chegam na casa das famílias brasileiras vem da agricultura familiar, os prejuízos da crise hídrica afetam diretamente a segurança alimentar tanto das pessoas que moram na zona urbana, como dos produtores que dependem deste trabalho.

“A falta de chuva ou as geadas têm comprometido a região rural de Araucária e isso fez com que vários agricultores perdessem a produção”, relata Giselle do Prado, do Departamento Agronômico da Secretaria Municipal de Agricultura (SMAG) de Araucária. Segundo Prado, a secretaria oferece serviços para ajudar os agricultores em geral, incluindo para amenizar efeitos da crise hídrica. Alguns desses serviços são: preparo do solo, entrega de forrageiras para manter umidade, consultoria agronômica, promoção de cursos, distribuição de mudas e sementes, colheita, entre outros.

Quando a estiagem severa deve acabar

De acordo com o boletim de inverno do Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), as previsões para os próximos meses indicam padrão de neutralidade. No Paraná, o inverno é tradicionalmente uma época de poucas chuvas e frio intenso.

Até que a estiagem termine — e mesmo após este período — medidas para amenizar seus efeitos e economizar água são necessárias. A escassez de água reforça a importância de ações visando a preservação ambiental, como a conservação de nascentes e matas ciliares. A Prefeitura de Araucária lembra que, em caso de crimes ambientais, a Secretaria de Meio Ambiente atende as denúncias e da necessidade de destinar o lixo corretamente, separando recicláveis e evitando o descarte em terrenos baldios e córregos.

Apoiando agricultores locais

Giselle do Prado acredita que a população de Araucária pode ajudar a comunidade rural a enfrentar esse período de estiagem dando prioridade para o consumo de produtos locais. “Precisamos incentivar o comércio local a comprar dos nossos produtores e a Secretaria de Agricultura pode servir como ponte para este processo”, explica.
Para entrar em contato com a Secretaria Municipal de Agricultura, basta ligar para o telefone (41) 3614-7530.

Texto: Laís Almeida, sob supervisão de Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1271 – 22/07/2021

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