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O que você faz com um real hoje em dia? Talvez compre algumas balas? Dois chicletes? Meia coxinha? Algumas gramas de batata? Um tomate? Meio chuchu? Exatamente! Fazemos poucas coisas com um real atualmente! Sequer conseguimos um crédito para tentar apanhar uma pelúcia numa máquina de bichinhos, já que os créditos nesses brinquedos normalmente custam dois reais.

Um real se tornou tão pouco que o Banco Central deixou até de imprimir, vejam só, notas de um real. Mas, porque diacho, estou enfatizando que um real se tornou uma quantia insignificante? O faço para que todos tenhamos noção da dimensão da consolidação de uma política pública que fixa o preço da passagem de ônibus do transporte coletivo local em apenas uma única moedinha de um real!

Esta é, sem dúvida alguma, a mais importante política pública já implantada em Araucária. E não só por esta administração! Por todas que já ocuparam a Prefeitura do Município desde o finado Major Sezino Pereira de Souza, nosso primeiro prefeito em 1.890.

E essa política pública ganha ainda mais importância quando paramos para analisar o sistema de transporte coletivo do Município. Não estamos falando de uma cidade que possui seis ônibus velhos carregando gente de lá pra cá. Estamos falando de um município com mais de cem veículos à disposição da população, dezenas de linhas e milhares de horários, com dois terminais e integração com o sistema de transporte coletivo da região metropolitana. Estamos falando de uma frota nova, inteligente, com internet gratuita em seu interior. Estamos falando de universalização do um direito cravado na Constituição Federal de nosso país, que é a liberdade de ir e vir!

Mais interessante ainda quando analisamos de maneira serena o caso de Araucária é que essa universalização do transporte coletivo não acontece em detrimento a nenhuma outra política pública municipal. Todas seguem tendo proporcionalmente o mesmo quinhão de orçamento que sempre tiveram! E isto nos leva a outra pergunta: como é possível? Onde estava esse dinheiro? Afinal, a evolução financeira do Município não sofreu solavancos ao longo dos últimos anos. Ela segue linear, com crescimento vegetativo.

É por tudo isso que precisamos – independentemente de qual seja o seu espectro político – aplaudir de pé a opção da administração municipal de universalizar o acesso ao transporte coletivo digno nesta cidade. Ainda mais em tempos como os atuais, em que grandes órgãos ambientais e sociais preconizam a priorização de políticas que incentivem modais de transporte como os ônibus para facilitar a mobilidade urbana e a preservação do meio ambiente.

Da mesma forma, antes que alguém use o argumento juvenil de que a passagem não é apenas um real, já que ela é subsidiada pelos cofres públicos, é necessário ressaltar que – sim – é isto mesmo! O poder público subsidia o ônibus do trabalhador! Subsidia o busão do estudante! Paga a passagem dos mais necessitados! Custeia o ir e vir dos desempregados em busca de um emprego! Banca parte da passagem que teria quer ser paga pelo empregador! Tudo isso é verdade! E é lindo! É sensacional! Afinal, é para isso que elegemos nossos políticos! Para pensar em formas de devolver ao cidadão, principalmente os menos favorecidos, os recursos pagos pela coletividade por meio das altas cargas tributárias que nos são, com o perdão do trocadilho, impostas pelos impostos!

Edição n.º 1388

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