A crueldade vista no ataque a uma escola da cidade de Blumenau, em Santa Catarina, na semana passada ainda causará arrepios nas famílias araucarienses por muito tempo. E, como não poderia deixar de ser, o colocar-se no lugar daqueles pais que perderam seus filhos gera sim dor e angústia. Mais do que isso! Gera medo! Medo de que algo semelhante possa acontecer em escolas de Araucária.
Esse medo, porém, embora tenha que ser acolhido pelos órgãos de segurança e pelos mantenedores de instituições de ensino (sejam eles particulares ou públicos) não pode desdobrar num pânico generalizado e sem a mínima fundamentação em fatos que minimamente levem a crer que existe algo orquestrado contra alunos de nossas escolas e CMEIS.
A histeria coletiva que temos visto não contribui para a necessária e contínua discussão que precisamos ter sobre a segurança em ambientes escolares. Obviamente, o momento é de ferida aberta e exige uma resposta das autoridades na tentativa de dar uma sensação de segurança a nossos pequeninos, suas famílias e aos profissionais que trabalham nesses ambientes. Mas não podemos fazer com que episódios isolados de violência extrema num país continental como o nosso sejam tratados pela sociedade e pelo poder público como algo que esteja acontecendo com método, frequência e por organizações criminosas e/ou terroristas cooperadas.
Por isso, é importante que cada pai, cada mãe, entenda que a melhor maneira de lidar em situações como essas é, primeiramente, sendo adulto e racional. Isto mesmo! Sendo adulto e racional, coisas que têm faltado neste momento para muita gente por aí, o que tem feito com que terceirizemos a responsabilidade pelo cuidado com nossos filhos à escola e ao poder público.
Da mesma forma, é indispensável que cada pai, cada mãe, cada responsável converse com seu filho, tranquilizando-o. Precisamos ainda entender se – de fato – a escola ou cmei que ele frequenta já não reúne as condições possíveis de segurança para um ambiente escolar. E, caso não reúna, procurar a direção desses locais para conversar sobre o que poderia ser feito, até para entender se isso já não está sendo feito.
E, num terceiro e contínuo momento, precisamos sempre assumir a responsabilidade pela educação de nossas crianças, tendo dentro de casa uma cultura de paz, de respeito a diferenças, de acolhimento e monitoramento ao que ele faz em seu dia a dia. É só assim, todos juntos, sempre nos colocando no lugar do outro, que superaremos esses dias difíceis.
Pensemos todos nisso e boa leitura!
Edição n. 1358