Ele falava com autoridade

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Desde o início da pregação de Jesus, se percebia nele algo totalmente diferente dos pregadores da época, especialmente, os escribas e rabinos das sinagogas. Ele se apresenta como alguém que fala, que se expressa não movido por teorias, leis, normas, tradições, mas, plenamente livre, porque movido pelo Espírito Santo. O que emana de Jesus são palavras e gestos carregados pelo amor gratuito, espontâneo, de um coração apaixonado pelo ser humano, de uma ternura e compaixão infinita. Por isso, as pessoas se sentem profundamente atraídas por ele, e, imediatamente percebem que ele é um profeta diferente, enviado por Deus, que falava com autoridade, e não como os escribas e fariseus.

A grande preocupação de Jesus desde o início da sua pregação é curar, libertar, humanizar as pessoas, tirar de dentro delas todos os espíritos maus e tudo aquilo que possa impedi-las de viver plenamente. O que ele sonha, através de seus gestos, palavras e ações, é um mundo constituído por seres humanos amados, acolhidos e libertos das amarras interiores. Um amor verdadeiro, sincero, carregado por um estilo diferente, acolhedor, amoroso, empático, que não deseja nada além da felicidade. Um amor que não é exclusivo, porque é aberto a todos, mas, de modo especial, para com os mais pobres, humildes, doentes, excluídos e abandonados pela sociedade da época.

Quando Jesus fala, as pessoas param para ouvi-lo, porque ele tem algo de novo, de diferente, de especial, que preenche o interior dos seus ouvintes. Nunca ninguém falou como ele, porque nunca ninguém amou tanto quanto ele. Para o evangelista Marcos, a primeira manifestação de Jesus como enviado de Deus, foi na sinagoga, curando um homem possuído pelo espírito mau. Ele ordena com firmeza que o deixe, que saia dele, e, é exatamente isso o que acontece. Aquele homem, antes dominado pelo demônio, agora está livre, cheio do amor do Mestre. Começa para ele uma vida nova, plena, renovada, e cheia de sonhos, projetos, porque, quando Jesus liberta alguém, é para que esse possa colocar seus dons a serviço dos outros. Somente pessoas livres podem servir com amor, com liberdade e alegria.

Na escola de Jesus, assim como os apóstolos que largaram tudo para segui-lo e aprender com o Mestre, nós também somos chamados a sermos diferentes. No encontro com ele, acontece uma verdadeira libertação, uma cura, uma vida nova, que nos impulsiona a sermos sinais do seu amor, onde quer que estejamos. No encontro com ele, deixamos de lado tantas mesquinharias, egoísmos, individualismos, preocupações somente consigo mesmos, e, naturalmente nos colocamos abertos ao outro. É impossível alguém dizer que foi tocado por Jesus, foi curado por ele, convertido pelo seu amor, e, permanecer fechado em seu próprio mundo. O amor nos faz sair de si mesmo, a abrir-se ao outro, a querer o seu bem, a dirigir a ele palavras de conforto, de coragem e de esperança, e gestos concretos de solidariedade, justiça, fraternidade e partilha.

Na escola de Jesus nós aprendemos a essência da vida, ou seja, o serviço gratuito, espontâneo, livre em prol daquele que mais necessita do nosso amparo. Uma força interior nos move para fora, numa atitude carregada de compaixão, de ternura, de delicadeza, de bem querer, e de profunda misericórdia. Assim foi Jesus, um homem cheio de bondade, que veio para servir e não para ser servido. Na sua escola, aprendemos as verdadeiras lições da vida: só o verdadeiro amor cura, transforma, liberta e torna as pessoas mais livres e humanas.

Publicado na edição 1246 – 28/01/2021

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