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Em protesto, trabalhador se acorrenta em portão de empresa

Revoltado por não ter sido ressarcido por um acidente de trabalho que sofreu há cerca de dois meses, o araucariense Neori Vilson dos Santos se acorrentou no portão de uma empresa localizada no bairro Capela Velha. Ele prendeu as correntes entre sua cadeira de rodas e o portão de entrada, na manhã de segunda-feira, 14 de março, e manteve seu protesto por cerca de duas horas. “Eu ia ficar mais tempo, mas minha condição de saúde não permitiu. O objetivo era ser atendido por algum representante da empresa, o que não aconteceu”, comentou Neori.

Ele conta que quase há dois meses, quando executava um serviço no telhado da empresa, caiu de uma altura de aproximadamente 12 metros. “Tive faturas no fêmur, bacia, doentes, sacro, braço, nariz e coluna. Desde o dia do acidente até a data de hoje, não recebi deles nem um tipo de suporte para meu tratamento e recuperação. Não tenho condições de arcar com tudo sozinho, preciso ser ressarcido”, comentou.

No momento do acidente, Neori não usava equipamento de proteção individual, segundo ele, porque a empresa contratante não havia fornecido. “Meu acidente foi tão grave que até a aeronave da Polícia Militar foi acionada para me socorrer. Em momento algum a empresa me procurou para oferecer apoio. Hoje estou preso a uma cadeira de rodas, sem poder trabalhar, por isso estou aqui, lutando pelos meus direitos. Não quero indenização, só quero que ajudem a pagar meu tratamento”, falou o trabalhador.

Neori alegou ainda que após 30 dias do acidente, ao procurar a empresa, foi informado que a responsabilidade pelo barracão era de uma subsidiária. Esta, por sua vez, disse que a responsabilidade pela manutenção é do proprietário do imóvel. “O dono do prédio falou que quem deveria responder pelo fato seria o empreiteiro, e este disse que a culpa era do meu amigo, que tinha me indicado o trabalho. Cheguei a ouvir o absurdo de que a culpa era só minha, por não ter usado os EPIs. Nesse jogo de empurra-empurra, ninguém me atende”, lamentou.

O advogado da empresa JM Pneus, locatária do imóvel, explicou que vem mantendo conversas com Neori, porém alegou que as manutenções no imóvel são feitas pelo proprietário. “Este proprietário foi quem contratou uma terceirizada e esta contratou outra empresa especializada em serviços de calhas, que por sua vez foi quem contratou o senhor Neori. Em resumo, a empresa da qual o Neuri cobra uma resposta, a Vipal, não é a verdadeira responsável, ela só fornece a matéria-prima. O senhor Neori deve procurar a pessoa que lhe contratou. Temos interesse em resolver a questão, desde que ele fale o mais breve possível, com todas as partes”, alegou o advogado.     Procurado pela nossa reportagem, o dono do imóvel confirmou que contratou uma empresa que faz serviços de calhas e esta foi quem contratou o Neori. “Nunca tivemos contato com ele, só ficamos sabendo posteriormente que ele havia se acidentado. Ele está cobrando uma solução da Vipal, que não tem responsabilidade nenhuma sobre o caso, está indo pelo caminho errado”, afirmou o empresário.

Em protesto, trabalhador se acorrenta em portão de empresa
Foto: Divulgação

Texto: Assessoria

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