Ganhando o Mundo: a experiência que transforma estudantes de Araucária

Embora os destinos de intercâmbio dos 21 estudantes de Araucária convocados para participar do Ganhando o Mundo em 2026 ainda sejam desconhecidos, a expectativa entre eles é imensa. Assim como também é imenso o sentimento de realização entre aqueles que já tiveram a oportunidade de vivenciar a educação e a cultura de outro país através do programa estadual.

O Jornal O Popular conversou com alguns desses estudantes: entre os que irão viajar, prevalece a ansiedade, e entre os que já viajaram, são muitas histórias para contar. Acompanhe os depoimentos.

Mykahelen Caroline Miranda de Souza, de 15 anos, estuda no Colégio Estadual Prof. Maria da Graça, e foi convocada para viajar em 2026. O sonho dela é conhecer o Canadá, mas se for designada para outro país, acredita que também irá aprender muito. Mykahelen não acreditou quando consultou o calendário escolar e viu que tinha recebido a notificação ‘apta’. Decidiu conferir na diretoria e descobriu que havia sido escolhida para o Ganhando o Mundo.

“Fiquei surpresa e agora estou super ansiosa, porque sei que encontrarei algumas dificuldades no começo, principalmente com relação às diferenças culturais. Mas estou me preparando, principalmente ampliando meus estudos no inglês, o que vai me ajudar pelo menos no básico da comunicação”, afirma.

Rauny Oliveira de Lima, de 15 anos, é aluno do Colégio Estadual Marilze da Luz Brand, e sua história é bem interessante. Ele tem um irmão gêmeo que também queria participar do programa, porém não obteve a média exigida. O que deveria ser motivo de preocupação para a mãe Edeli, acabou sendo uma alegria, por ela acreditar que tudo acontece exatamente como deve ser e pelo fato de o filho que não foi convocado ter lidado muito bem com o resultado.

“Desde muito criança o Rauny já falava em conhecer e até morar em outro país. O sonho dele é ir para o Canadá. Como mãe, meu coração fica apertado, mas estou muito feliz por ele estar realizando um sonho, e por mérito dele. Será uma experiência incrível, uma oportunidade única de crescimento e conhecimento cultural de outro país, visando um futuro melhor”, comenta a mãe.

Rauny, por sua vez, disse que quer conhecer os gringos, voltar fluente no inglês e com muitas experiências para compartilhar. “Espero poder fazer vários amigos de outro país, me enturmar bem e fazer esses seis meses serem excelentes”, afirma.

Samily Taynara Gonçalves dos Santos, 15 anos, estuda no Colégio Estadual João Nerli da Cruz, e recebeu a notícia da convocação pela professora de inglês. “Fiquei muito emocionada, e agora estou radiante, animada, curiosa, pois sempre quis embarcar em uma viagem internacional. Espero conhecer as culturas, costumes, admirar as paisagens e o principal, aprender como funciona o método de educação do local onde irei. Sei que vou conhecer pessoas incríveis e criar memórias inesquecíveis e com muito aprendizado”, afirma.

Se pudesse escolher o país, ela se dividiria entre o Canadá e a Austrália. “De qualquer forma, para onde eu for terei que me acostumar com os horários e fazer amizades, pois sou comunicativa e esforçada. No início não vai ser fácil, principalmente por ficar longe da família e encarar tudo muito novo. Porém acredito que a convivência com os estrangeiros e a ocupação com os estudos tornarão tudo mais fácil”.

Larissa Maria Nalepa, de 16 anos, já participou do intercâmbio. Ela embarcou para a Nova Zelândia no dia 1º de fevereiro deste ano e retornou após seis meses, com muitas experiências para contar. Larissa está no 2°ano do Curso de Agronegócio do Colégio Estadual do Campo Guajuvira. Sempre estudou em escolas públicas e foi muito dedicada aos estudos.

“O espanto na hora que soubemos o país foi grande, o coração disparou, a ansiedade aumentou. O nervoso de ambas as partes foi ao extremo e vimos nossa menina voar pela primeira vez sozinha para um país do outro lado do mundo, literalmente”, revela a mãe Cynthia.

O intercâmbio de Larissa teve altos e baixos, mas ela mesma procurou ajuda para que pudesse aproveitar essa experiência ao máximo. “Troquei de casa e o intercâmbio fluiu, pude conhecer e explorar a cultura da Nova Zelândia. Desenvolvi muito o inglês, conheci outra culinária (muito diferente daqui). Também pude apresentar o Brasil através da música para a escola toda. Participei do Baile da Escola (sim, aqueles bailes de filmes), recebi honrarias, trouxe uniformes do Colégio, fotos, filmagens, e muita história na bagagem”, conta a estudante.

Larissa diz ainda que deixou na Nova Zelândia muitos amigos e pessoas importantes que a acolheram nos piores dias de saudade.

Ariane Gabriele Wszoek, 17 anos, embarcou para o Canadá no dia 29/01/2024 e retornou em 30/06/2024. Estudante do Colégio Estadual Prof Júlio Szymanski, ela conta que no início foi difícil. Depois foi bacana, com muito aprendizado e convivendo em uma cultura bem diferente. “A família que me hospedou era indiana, então eu também pude conhecer a cultura deles. A parte da escola também foi desafiadora, pois era tudo em inglês, mas aos poucos fui aprendendo. Brincar na neve foi incrível e ainda tomamos sorvete logo depois com um frio intenso, porque é algo bem comum por lá”, relata.

Ariane disse que gostaria de voltar ao Canadá, para conhecer mais sobre o país e também estudar. “Sempre guardarei boas lembranças da família que me acolheu. Todos foram muito especiais para mim”, diz a estudante.

João Manuel Ferreira Alduan, 17 anos, é estudante do Colégio Estadual Prof Júlio Szymanski e através do programa Ganhando o Mundo teve a oportunidade de realizar o intercâmbio nos Estados Unidos. Ele viajou no dia 06/08/2024 e retornou ao Brasil no dia 22/12/2024. “O intercâmbio foi transformador, uma experiência inexplicável que carregarei para sempre comigo. Só quando cheguei lá é que realmente a ficha caiu, percebi que estava extremamente longe da minha família brasileira. Foi uma sensação de medo, e ao mesmo tempo de extrema alegria de estar vivendo tudo aquilo”, relembra.

Segundo o estudante, o que mais lhe chamou atenção no sistema de ensino americano foi a liberdade de escolha. “Aqui no Brasil você pode escolher um curso técnico, o ensino regular ou coisa parecida, enquanto nos EUA você tem a liberdade de escolher as matérias que quer fazer, é como uma universidade. Achei bem interessante”.

João diz que pretende retornar aos Estados Unidos futuramente e visitar seu host dad (pai anfitrião) Nick. “Ele foi uma pessoa incrível que me tratou muito bem durante o período que estive lá”, comenta.

Edição n.º 1481.