Cinco jovens entre 15 e 17 anos, atendidos pelo Centro Operacional de Medidas Socioeducativas (COMSE), estão tendo aulas de Jiu-Jitsu, através de uma parceria com a academia Gracie Barra Araucária. Eles estão fazendo aulas há cerca de um mês apenas e segundo Andrea Bossek, coordenadora do Centro, já é possível perceber o interesse deles pelo esporte. “Através do jiu jitsu esses jovens estão aprendendo a ter mais responsabilidade e disciplina, regras que não são acostumados a cumprir no ambiente familiar e mesmo na sociedade. As aulas também tem sido importantes porque estamos acostumados a vê-los desistir muito rápido de tudo que começam a fazer, e com o jiu jitsu tem sido diferente, eles raramente faltam e estão se mostrando bastante interessados”, comentou Andréa.
O professor Claudio Koeb, faixa preta 2º grau da Gracie Barra, destaca que o jiu jitsu treina o aluno para ele ser uma pessoa melhor e é isso que a parceria pretende proporcionar aos adolescentes do COMSE. “Além das técnicas básicas do jiu jitsu, ensinamos a estes jovens a importância da disciplina, o controle emocional, a confiança e a autoestima. Na academia eles também são obrigados a cumprir todas as regras, como os demais alunos. Depois que assimilarem tudo, é que serão iniciados nos combates propriamente ditos”, diz o professor.
Ressocialização
A Gracie Barra mantém vários projetos em sua missão social e a parceria com o COMSE é apenas um deles. As aulas gratuitas de jiu jitsu já existiam antes da pandemia, porém com uma metodologia diferente, um professor ia até o Centro para ensinar os jovens. Agora, os jovens é que vão até a academia, e isso está contribuindo com a ressocialização deles, uma vez que convivem com outros alunos, em um ambiente de disciplina, responsabilidade e respeito mútuo.
“Quando os jovens são encaminhados pelo Fórum para cumprir medidas socioeducativas no COMSE, o perfil de cada um deles é avaliado e foi através disso que selecionamos alguns deles e os convidamos para as aulas de jiu jitsu. Os que aceitaram participar, o fizeram de livre e espontânea vontade. E mesmo quando cumprirem a medida, que é de no máximo 6 meses, poderão continuar com as aulas de jiu jitsu, se assim desejarem”, esclareceu a coordenadora Andréa.
Texto: Maurenn Bernardo