Nos últimos dias, ouvi os mais variados comentários sobre a decisão do Município de transformar um terreno baldio localizado ao longo da Avenida Archelau de Almeida Torres numa praça. A maioria deles não foi de crítica ao poder público e nem poderia ser, já que a decisão, considerando as possibilidades para o local, foi acertada. Mas, como em tudo na vida, houve os que discordaram, o que me levou a confirmar a expressão de que, não adianta, governar é mesmo desagradar pessoas.
Nenhuma decisão tomada por um gestor público deve ser unânime em termos de aceitação. Inclusive, quem administra deveria ter essa máxima como bússola para medir se o seu trabalho está sendo bem feito. Ou seja, se determinada ação agradou a gregos e troianos, saiba que esta ação é equivocada.
Mas voltemos à questão do terreno dos ciganos que será promovido à praça. Às vezes, convenhamos, os interesses políticos nos cegam. Às vezes, a política do quanto pior melhor, nos faz defender o indefensável. E, em outros casos, o fato de não exercermos a cidadania, de acompanhar o dia a dia de nossa cidade, faz com que falemos as mais variadas besteiras.
Ora, não havia opção melhor para o terreno dos ciganos do que ser transformado numa praça. Inclusive, erroneamente, em 2013, tentou-se dar outra destinação para o imóvel. Pela Câmara tramitou um projeto de lei repassando o imóvel ao Governo do Estado, que construiria ali um novo colégio estadual, o que seria um erro, considerando as dimensões do imóvel e a própria demanda de alunos na região do Iguaçu, que não justificam tal investimento, que são necessários em regiões mais periféricas de Araucária. Tanto era esta a realidade que mais tarde a doação foi revogada.
O mesmo vale para quem sugeriu que ali fosse construída uma creche. Como se viu em levantamento recente feito pela Secretaria de Educação, quando do recadastramento das famílias que aguardam por uma vaga nos Cmeis da cidade, a demanda no Iguaçu não justifica, pelo menos por enquanto, a edificação de uma instituição de educação infantil ali.
Se equivoca também quem acha que a existência do Parque Cachoeira nas proximidades da região inviabiliza a construção de uma praça na Archelau. As funções de cada um desses equipamentos públicos são, ou pelo menos deveriam ser, diferentes.
Digo tudo isso não porque sou morador do Iguaçu e quero a praça pra mim. Digo porque sou defensor de uma cidade com mais opções de lazer e de interação entre os que residem nos bairros, de modo que as nossas famílias vivam mais Araucária, se apropriem mais desta maravilhosa cidade, que façam “selfies” e “check-ins” aqui e não nos parques e praças de Curitiba e outros municípios.