Natal: Deus veio morar entre nós

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Celebrar o Natal é viver a experiência mais bela de um Deus que desceu do céu e veio habitar entre nós. Assumiu a nossa carne, a nossa condição humana, nasceu de uma mulher, teve uma família, sentiu fome e frio, teve sentimentos plenamente humanos, precisou trabalhar para sobreviver, enfim, tudo normal, exceto o pecado. Nasceu longe dos palácios, dos poderosos deste mundo, numa gruta em Belém. Os primeiros a receberem a notícia maravilhosa do nascimento do Menino Deus, foram os pastores. Também eles, não tinham nada de extraordinário, pelo contrario, eram desprezados pela maioria do povo. Eram pessoas rudes, eram considerados como impuros entre os homens. Viviam de maneira pouco diferente dos animais, não tinham autorização para entrar no templo para rezar, não eram aceitos como testemunhas nos tribunais porque eram tidos como falsos, desonestos, ladrões e violentos. Os tribunais afirmavam que os pastores, os publicanos e os coletores de impostos dificilmente poderiam se salvar, porque tinham praticado tanto mal, tinham roubado tanto, que nem mesmo estavam em condições de lembrar a quem é que tinham prejudicado.

Afirma o evangelho da noite do Natal: é justamente para eles e para aqueles com quem eles se identificaram que o Filho de Deus veio ao mundo: ‘Para vos nasceu o Salvador’, anunciou o anjo. Desde o seu nascimento Jesus foi encontrado entre os últimos da sociedade. São eles, não ‘os justos’, mas os que esperam de Deus uma palavra de amor, de libertação e de esperança. Ao crescer, Jesus continuará vivendo ao lado dessas pessoas, falará a sua mesma linguagem simples, usará as comparações, as parábolas, as figuras tomadas do seu ambiente e participará das suas alegrias, dos seus sofrimentos, estará sempre ao seu lado contra quem quer que pretenda marginalizá-los. Claramente, em Jesus, Deus se coloca ao lado dos mais fracos, marginalizados, dos doentes e dos sofredores.

Ao lermos os evangelhos, constatamos facilmente que Jesus sempre está preocupado com a vida das pessoas, com a sua saúde, visitando os doentes e curando-os de todas as enfermidades; com a comida, quando partilha o pão; com o que sofrem problemas emocionais, expulsando os demônios. Ele escutava as pessoas, estava sempre ao lado delas e, sua atitude diante de Deus, era diferente daquela pregada no templo pelos rabinos. O Deus que Jesus nos apresentou é cheio de amor, compassivo e misericordioso, que vai ao encontro dos pecadores, apresentando a eles a boa nova da salvação. Ele claramente se indispõe com a religião do templo, que mais parece um lugar de comércio do que a casa de Deus.

Novamente celebramos o Natal e recordamos a vinda do Menino Deus entre nós. Vem habitar em nosso meio e nos convida a sermos fieis ao evangelho e a tudo aquilo que ele pregou através de palavras, gestos e ações. A festa do Natal é a festa da partilha, do amor entre os irmãos, de acolhida aos mais pobres e abandonados, do perdão, da reconciliação, da misericórdia, em vez do julgamento e da condenação. É a festa da conversão interior, da mudança de atitudes, deixando de lado a arrogância, a prepotência e a autossuficiência, nos colocando pequenos e humildes diante da grandiosidade do amor infinito de Deus. Na medida em que fazemos o nosso coração como o presépio onde o Menino Deus vai nascer, nos dispomos a ajudar a quem precisa, a sermos sinais do amor de Deus através de gestos e ações concretas em prol do nosso irmão. Que este Natal nos ensine a grande lição do Menino Deus: grande não é o que manda e que tem riqueza, mas, sim, grande é aquele que ama e serve.

Publicado na edição 1293 – 23/12/2021

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