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O protesto dos outros

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Entidades ligadas ao setor empresarial e comercial de Araucária se mobilizaram na semana passada para participar do protesto contra a corrupção no governo federal realizado no último dia 12. Até aí o que poderia parecer uma boa iniciativa, não passa de uma grande hipocrisia.

Tais entidades locais fecham os olhos para questões importantes que estão ocorrendo por aqui. A desintegração do transporte coletivo, o nepotismo, a quantidade exorbitante de cargos comissionados, a falta de vagas nas creches e escolas, a falta de profissionais na educação e saúde de Araucária seriam bons motivos para que as faixas “antiPT” fossem substituídas por reivindicações mais concretas que afetam o povo da nossa cidade.

Mas parece que “se queimar” com o Prefeito não está na ordem do dia. Com a justificativa da Prefeitura de melhorar o comércio local, entidades ligadas aos comerciantes e empresários se calaram frente à desintegração do transporte, medida que afeta as famílias e seu poder aquisitivo, em uma conjuntura de aumento da cesta básica, taxas e impostos que corróem salários dos que ganham menos. Entidades que sempre se esquivaram de temas polêmicos em nossa cidade, quando poderiam se manifestar em favor do controle dos quadros comissionados e à contratação de parentes na Prefeitura. Muitas dessas organizações ligadas às famílias influentes e abastadas da cidade, estão muito longe de conhecer a realidade das escolas, creches e postos de saúde públicos.

Ao optar em se somar ao coro dos que, numa pseudo luta contra a corrupção, pedem intervenção militar no país, agridem a presidenta da República com argumentos machistas e despolitizados, transformam um único partido, o PT, em representação de toda luta da esquerda brasileira e num objeto de ódio. O mesmo partido, que hoje compõe a base do governo municipal e que também silencia e participa dos achaques da Prefeitura contra a população e contra os servidores. Mas por aqui, nenhuma camiseta verde amarela, ou faixa contra corrupção pode ser vista no domingo passado.

Mas ainda dá tempo. No dia 30 de abril convidamos todos e todas para participar de mobilização em frente a Prefeitura, uma vez que o prefeito municipal desrespeita a carreira dos professores, não cumpre promessas de campanha para a educação e as leis de Plano de Carreira dos Servidores. Outras pautas sociais também são bem vindas: Contra a flexibilização de direitos dos trabalhadores, contra a terceirização, contra a privatização, contra a desintegração do transporte público e sim, contra a corrupção, por que não?!