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Operação do Ministério Público de Araucária cumpre mandados na Câmara e mira possível abuso de poder em eleição para o Conselho Tutelar

Operação do Ministério Público de Araucária cumpre mandados na Câmara e mira possível abuso de poder em eleição para o Conselho Tutelar
Foto: Reprodução.
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Em horário atípico, o Ministério Público de Araucária deflagrou na tarde desta segunda-feira, 11 de setembro, uma operação com o objetivo de apurar eventual abuso de poder político e econômico no processo eleitoral para escolha dos novos conselheiros tutelares da cidade.

Segundo apurou nossa reportagem, foram cumpridos pelo menos quatro mandados de busca e apreensão. Um deles no gabinete da presidência da Câmara de Vereadores e outro na sede do Conselho Tutelar Leste, que fica na esquina das ruas Santa Catarina com Ceará, no bairro Cachoeira. Entre os alvos estaria o vereador Ben Hur Custódio de Oliveira e o conselheiro tutelar Alysson Henrique Stygar, que é candidato à reeleição.

Ao que se sabe, a operação deflagrada hoje é desdobramento de alguns áudios que começaram a circular em grupos de whatsapp ao longo das últimas semanas. Os áudios teriam sido gravados ambientalmente dentro da Câmara de Vereadores e mostrariam uma conversa com tratativas para eleger uma certa quantidade de conselheiros nas eleições que acontecem no próximo 1º de outubro. Entre elas o transporte de eleitores e o financiamento irregular da campanha.

Cópia desses áudios foram entregues à 2ª Promotoria de Araucária, responsável pela seara da Infância e Juventude e à quem cabe fiscalizar o processo eleitoral para escolha dos integrantes do Conselho Tutelar. Com esses áudios em mãos, o promotor titular David Kerber de Aguiar promoveu uma série de outras diligências e, em força tarefa com outros três promotores da cidade (Thiago Artigas Niclewicz, Alexandre Ribas Paiva e Priscila da Mata Cavalcante), solicitou ao Juízo da Vara da Infância e Juventude que fossem realizadas buscas e apreensões em prédios públicos para apurar mais profundamente se – de fato – estaria havendo abuso do poder político e econômico na eleição dos conselheiros tutelares do Município.

Ao analisar o pedido do pool de promotores, a juíza da Vara da Infância e Juventude da cidade, Maria Cristina Franco Chaves, entendeu que os indícios eram robustos e determinou no último dia 6 de setembro que fossem cumpridas ordens de busca e apreensão requeridas pelo Ministério Público local.

Para efetivar a ordem judicial, o Ministério Público contou com o apoio da Polícia Militar, que na tarde de hoje visitou a Câmara de Vereadores e a sede do Conselho Tutelar Leste. Entre os documentos apreendidos estão computadores, anotações, material de campanha e celulares.

Todo esse material será agora periciado. Nos próximos dias também devem ser ouvidos pelo Ministério Público várias testemunhas. Após essa análise, caberá aos promotores promoverem o oferecimento de denúncia nas esferas cível e criminal e/ou arquivar os procedimentos com relação aos investigados.