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São preocupantes os números dos acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. O desrespeito à sinalização, a alta velocidade e o álcool são os principais fatores causadores desse tipo de acidente, de acordo com dados do Projeto Vida no Trânsito, da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. O maior índice de acidentes acontece aos sábados à tarde e nas madrugadas de domingo para segunda-feira. Até agora, 66 pessoas morreram em 2018 por acidentes de motos.

O alerta foi feito na última terça-feira, 07, durante a audiência pública com o tema “Os impactos dos acidentes de motocicletas no sistema de saúde”, convocada por mim e pelos deputados Rasca Rodrigues, Hussein Bakri, Dr. Baptista e Pastor Praczyk e que aconteceu no Plenarinho da Assembleia Legislativa, por ocasião da campanha Maio Amarelo, de conscientização contra acidentes de trânsito. Participaram representantes do setor público e privado ligados à saúde e ao trânsito.

Todos foram praticamente unânimes: o caminho para uma solução é a educação. Obviamente é necessário investir em infraestrutura, como sinalização vertical e horizontal e inovações da engenharia de trânsito. Também é preciso orientar a população e não apenas multar. O setor público deve olhar os problemas de trânsito não apenas com sua costumeira sanha arrecadadora e oferecer soluções efetivas que reduzam o número de acidentes e mortes nas rodovias e ruas das cidades.

Segundo dados do Hospital Cajuru, de Curitiba, o custo anual para atendimento de politraumatizados no trânsito chega a R$ 100 milhões. Cerca de 70% das ocorrências são de Curitiba e o restante, da Região Metropolitana. No total, são realizados cerca de 5 mil atendimentos por mês de politraumatismos causados por acidentes de trânsito, sendo 13% provocados por motocicletas. Cerca de 570 acidentados de motos chegam mensalmente ao atendimento do Pronto Socorro.

Além dos casos de morte, há uma elevada parcela de sequelas em razão dos acidentes. De todos os atendimentos, 14% deixam alguma lesão para os reflexos neurológicos. O que mais impressiona é o perfil dos acidentados e mortos pelo uso de motos: 73% são homens, na maioria com idade de 18 a 24 anos. Ou seja, quase todos são jovens, sendo que boa parte dos acidentes ocorre durante o horário de trabalho deles como motoboys.

Participaram do evento o diretor-geral do Hospital Cajuru, André Garcia, e o diretor técnico, Juliano Gaspareto, o representante da Itaipu Binacional, Marcos Ton Ramos, o coordenador de Fiscalização de Trânsito (Setran), Alvacir Mendes, a coordenadora do projeto Vida no Trânsito (SMS), Anna Ruzyk, o diretor de Tecnologia e Desenvolvimento do Detran/PR, Marco Aurélio Barbosa, a coordenadora de programas educativos do Detran/PR, Juçara Ribeiro, e o diretor da Ambra Segurança do Trabalho, José Fernando Moleda.

 

 

Publicado na edição 1112 – 10/05/2018

Os graves números dos acidentes de motos

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