A presença de Maria na vida de Jesus é simplesmente fundamental e determinante, desde o nascimento até a sua morte na cruz. Foi ela a escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, enfrentando com coragem todas as consequências de tal missão. Em nenhum momento ela se arrependeu de ter dito sim, pelo contrário, foi fiel até o fim. O desafio inicial foi entender o que significava ser a mãe do Filho de Deus, e as implicações desse compromisso em sua vida. Mas ela sempre foi uma presença inspiradora e, com certeza, uma grande educadora. Em alguns momentos, como na apresentação do Menino Jesus no templo, diante das palavras do velho Simeão, falando de que tipo de morte sofreria seu filho, ela permaneceu em silencio. O mesmo ocorreu no momento em que, aflita foi ao encontro de Jesus, que tinha se perdido, na sua ida para Jerusalém. Ao encontra-lo no Templo, discutindo com os doutores, ela novamente silenciou, guardando tudo dentro do seu coração.

Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, também foi determinante no início da sua missão aqui na terra. Nas bodas de Caná, diante da falta de vinho no casamento, foi ela que impulsionou seu filho a realizar o primeiro sinal, manifestando assim ao mundo a sua glória. Jesus, de certo modo, resistiu ao apelo da mãe, dizendo que a sua hora ainda não tinha chegado. Mas ela, dirigindo-se aos garçons, lhes disse: ‘fazei tudo o que ele vos disser’. Assim, começava a vida pública de Jesus e a realização da sua missão, na construção do Reino de Deus. O filho obedeceu a mãe, que se tornou desde então a intercessora por excelência, e transformou a água em vinho, realizando assim o seu primeiro milagre. Na verdade, essa festa é a grande aliança de Jesus com a humanidade e é ele esse vinho novo, que veio trazer um novo sentido à religião. Não mais pautada em leis, em normas frias e excludentes, mas, na compaixão e no imenso amor e misericórdia, sobretudo, com os mais sofredores da sociedade.

Maria é a mãe que acompanha o filho em todos os momentos da sua vida, mas, especialmente, naqueles mais importantes e decisivos. E é por isso que ela está presente na hora máxima da dor e do sofrimento, aos pés da cruz, sempre em silêncio, mesmo sem entender porque tudo aquilo deveria acontecer com o seu filho. É ali, na hora suprema da dor, que Jesus entregou sua mãe para ser a mãe de João e João como o filho de Maria. Desde aquele momento, todos nós nos tornamos filhos de Maria. E, constantemente recorremos a ela, especialmente nos momentos mais difíceis e dolorosos da nossa existência. Como mãe, ela atende os nossos pedidos e os conduz a seu filho Jesus, como sinal de amor e preocupação com todos os seus filhos

Maria, a mãe de Jesus e também nossa mãe, torna-se a intercessora entre Jesus e a humanidade. Nós podemos ir direto ao Filho, levando a ele nossos pedidos e as nossas necessidades, mas, uma intercessão da própria mãe, com certeza, ele não negará. É por Maria a Jesus, como costumamos dizer e, realmente, acreditamos que à mãe ele escutará e fará de tudo para corresponder à sua súplica. Assim como nas Bodas de Caná. Maria continua sendo a grande intercessora, porque ela como mãe, ama todos os seus filhos e quer somente e unicamente o bem de cada um, de modo particular. Por isso nós dizemos: ‘Oh Maria concebida sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós’.

Edição n.º 1486.