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Imagem de destaque - Padre André Marmilicz: O vento em alto mar
Foto: Divulgação

Durante a travessia do mar, noite afora, os apóstolos estão bem acordados, mas Jesus dorme. De repente, uma forte tempestade, no meio de ventos e trovões, começa a balançar o barco e os discípulos entram em desespero. Enquanto eles estão apavorados com a cena externa apavorante, que pode fazer com que o barco vire e afunde a qualquer momento, Jesus dorme tranquilamente, como se nada estivesse acontecendo. Assustados, eles acordam o Mestre que num instante abranda o mar, cessa o vento, a tempestade se afasta e tudo volta ao seu normal. Jesus então chamou a atenção dos seus, dizendo que eram homens de pouca fé. E eles, ainda mais desorientados, sem entender o que estava acontecendo, exclamaram: ‘mas quem é esse, que até o vento e o mar obedecem?’

Esse barco em alto mar são as primeiras comunidades, que, diante de inúmeras perseguições, tendem a desanimar. Chegam a duvidar de que Jesus esteja realmente com eles, como se tivesse se afastado e os esquecido. Mas ele surge com sinais bem fortes, mostrando a eles que não os abandonou, que não está dormindo, mas, pelo contrário, está vivo e presente no meio deles. Ele jamais permitirá que a barca da comunidade, a barca que é a nossa igreja, sucumba diante das dificuldades, das tempestades e ventos contrários que se colocam à sua frente. Em todos os tempos da história da Igreja, Jesus se manifesta, cuidando e acompanhando os seus seguidores, sobretudo, nos momentos mais difíceis e contrários à missão

Esse barco é a nossa família, tão bombardeada e atacada por tantas situações adversas neste mundo atual. A família, com seus valores perenes, anda bastante em crise e, muitos, até apresentam novos tipos de família, como fruto da nossa cultura atual. Seja como for, a família é a base de uma sociedade onde os valores humanos e cristãos ainda são fundamentais e essenciais. Jesus quer fazer parte da sua história, da história da sua família,  do seu dia a dia, como aquele que acalma o mar e abranda as tempestades. Uma família onde Jesus se faz presente, com certeza, encontrará forças e luzes para enfrentar com coragem e dignidade as intempéries do seu cotidiano. A ausência de Jesus, poderá levar à ruína e destruição do lar.

A nossa vida também é um barco, navegando em alto mar da existência, seguidamente testado por tantas situações adversas e inesperadas. Uma doença inesperada, a morte de um ente querido, as dificuldades de relacionamento, os desafios do dia a dia, as realidades externas tão confusas por vezes, fazem com que esse barco tenda a balançar, podendo inclusive afundar. Mas, a certeza de que Jesus viaja em nosso barco, de que está ao nosso lado, nos torna fortes e corajosos. Ele é, com certeza, quem nos mantém de pé, acreditando em saídas, em meio a realidades bem difíceis. Fazer a experiência do encontro com Jesus, nos torna inabaláveis na fé, mesmo quando as situações externas parecem querer nos destruir. A sua pessoa, os valores que brotam do evangelho, nos tornam fortes por dentro e resilientes. O barco da vida, por vezes, está em alto mar, como que a deriva, mas, se o Senhor Jesus estiver conosco, ele nos conduzirá e nos manterá inabaláveis. ‘Sem mim nada podereis fazer’, afirma o Mestre, mas, com ele, mesmo nas adversidades, seguiremos firmes e fortes, sempre em frente.

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