Números obtidos pelo O Popular junto à Secretaria Municipal de Finanças (SMFI) mostram que a Prefeitura de Araucária fechou no vermelho em três dos cinco primeiros meses do ano de 2020. De janeiro a maio apenas nos dois primeiros meses do ano a arrecadação mensal foi superior a despesa.
Os números confirmam aquilo que todo mundo já dizia: a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus fez a atividade industrial e comercial desacelerar, impactando diretamente na geração de impostos para os órgãos públicos.
Em Araucária, por exemplo, nossa receita mais importante, as cotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), chegou a recuar 35% no mês de maio. Esses levantamentos levam em conta sempre o tributo apurado no mês anterior. Ou seja, o que entrou nos cofres municipais em maio diz respeito a atividade comercial e industrial efetivada em abril.
Os dados consolidados da SMFI mostram, inclusive, que Município teve o pior mês de maio da gestão do prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), isto em termos de arrecadação, claro. Somadas todas as receitas (ICMS, ISS, IPVA, FPM, FUNDEB e outras) entraram nos cofres públicos R$ 49,9 milhões. Um recuo de 23% quando comparado ao mesmo período de 2019.
Para piorar o cenário, a soma das despesas do Município ao longo do mês de maio também foi uma das maiores desde que Hissam assumiu o comando da Prefeitura, alcançando R$ 69,3 milhões. Ou seja, a diferença entre receita e despesa no maio negro teve déficit de R$ 19,3 milhões.
Levando em conta essa relação receita e despesa, dos cinco meses consolidados até o momento, apenas em janeiro e fevereiro Araucária apresentou superávit. A partir de março, quando começou a se acentuar os reflexos da crise econômica causada pela COVID, a cidade vem apresentando déficit.
O cenário só não é mais catastrófico porque os meses de janeiro e fevereiro foram muito bons financeiramente para cidade, o que fez com que a Prefeitura ainda tivesse um superávit de R$ 11,3 milhões quando se soma a arrecadação de todos os cinco primeiros meses do ano e diminui-se a despesa desse período.
Recuperação
Ainda conforme técnicos da Secretaria de Finanças a expectativa inicial era a de que a partir do mês de junho começasse a haver uma estabilização na queda da arrecadação, tanto é que os números das cotas de ICMS recebidas pela cidade demonstravam isso. Porém, com as novas medidas restritivas de circulação determinadas pelo Governo do Estado para o enfrentamento à pandemia esse cenário já não pode ser considerado.
Texto: Waldiclei Barboza
Publicado na edição 1219 – 02/07/2020