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Professor Rafael de Jesus — Vitória dos trabalhadores: da reabertura da FAFEN aos investimentos na REPAR!
Foto: Divulgação

Quinta-feira, 15 de agosto de 2024, hoje é um dia histórico para o movimento dos trabalhadores em Araucária.

Depois de mais de 5 anos de muita luta; primeiro contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN) e a diminuição dos investimentos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR); depois pela reabertura da FAFEN e a retomada dos investimentos na REPAR; nossos trabalhadores da indústria petroquímica podem finalmente comemorar.

Às 10 horas da manhã, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, estará em Araucária na cerimônia de retomada das operações da FAFEN e anúncio de novos investimentos na REPAR.

Aqui em Araucária, os mais informados sabem que, nessa luta, nem sempre os trabalhadores contaram com o apoio daqueles que agora tentam colher os louros da vitória. Lá atrás, muitos desses espertalhões, torceram o nariz quando os trabalhadores procuraram angariar seus apoios, deram de ombros, cruzaram os braços. Agora querem a paternidade da criança.

No passado, os defensores da hibernação da FAFEN-PR argumentavam que a mesma não dava lucros, o tempo provou o contrário. O anúncio da hibernação da mesma aconteceu em 2019, fechada em 2020, quando era responsável por 30% da produção de ureia e amônia, e de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32 – aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas) consumidos pelo mercado brasileiro.

Acontece que em 2021 o Brasil gastou 90% mais na importação de adubos e fertilizantes químicos do que em 2020, totalizando 15,2 bilhões de dólares, dinheiro que saiu das mãos dos nossos trabalhadores, comerciantes, industriais, agricultores e investidores, para enriquecer os oligarcas russos e argelinos. E como se não bastasse, pagamos em média 56% a mais por tonelada de fertilizante em 2021, do que em 2020. Quando analisamos o ano de 2022, os números só corroboram com os argumentos dos trabalhadores. Perdíamos em soberania nacional, geração de empregos e desenvolvimento tecnológico.

A outra grande luta dos trabalhadores levou a uma melhor adequação entre os valores dos dividendos distribuídos aos investidores e os valores investidos na Petrobrás, incrementando a produção de derivados do petróleo, a geração de empregos e o próprio desenvolvimento dos meios de produção.

Por tudo o que foi dito fica a gratidão ao movimento dos trabalhadores pelos mais de 5 mil empregos gerados, pelo 1,2 bilhão de reais investidos só na reabertura da fábrica de nitrogenados, pela diminuição drástica da nossa dependência dos insumos importados, pela redução dos preços dos alimentos, pela segurança do setor agropecuário em relação à disponibilidade dos fertilizantes, pelos investimentos que serão feitos em pesquisa e inovação, pelo fortalecimento de setores que promovem a sustentabilidade, e finalmente, porém não menos importante, pela atração do campus do IFPR com cursos voltados a cadeia produtiva do município.

Cabe agora aos representantes do agronegócio, à elite política nacional e aos investidores do setor petroquímico, um aceno de gratidão em relação aos trabalhadores e as suas instituições representativas, como Sindipetro, Sindiquímica, Sindimont, Sismmar e Sifar. Afinal, mais uma vez o proletariado se viu obrigado a salvar os poderosos da sua própria ganância.

Edição n.º 1428.

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