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Imagem de destaque - DINASTIA: O BRASIL ENTRE 1808-1889
Foto: Divulgação

Até o início do século XIX o Brasil era uma colônia de Portugal. Essa situação começou a mudar em 1808 com a vinda da Família Real Portuguesa, que fugia das Guerras Napoleônicas. Com a transferência da capital do Império Português de Lisboa para o Rio de Janeiro, o Brasil começou a sentir o doce gosto da autonomia política. Durante a fuga, no meio do caminho entre Lisboa e Rio de Janeiro, o Príncipe Regente D. João assinou em Salvador, capital da Bahia, a Abertura dos Portos em 28 de janeiro de 1808, permitindo assim que o Brasil comprasse e vendesse de e para outras nações além de Portugal, que naquelas circunstâncias encontrava-se tomada por uma guerra.

A Família Real viveu no Brasil até 1821, promovendo muitas mudanças na antiga colônia, como a elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815, colocando o Brasil em regime jurídico semelhante ao de Portugal.

Dom João VI foi coroado no Brasil em 1816, deixando de ser Príncipe Regente e assumindo definitivamente o lugar da sua falecida mãe, Dona Maria I, a louca, que já não governava desde 1792 por estar mentalmente instável, deixando o cargo sob os cuidados do filho.

Quem não estava nem um pouco satisfeita com o andar da carruagem era a elite portuguesa, afinal o Brasil era a sua principal fonte de renda. Para tornar a situação ainda mais explosiva, os portugueses amargavam o fato de que mesmo depois da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte em 1815, Dom João insistia em permanecer no Brasil, causando estranheza e revolta entre os lusíadas. A reação não tardou e em 1820 eclodiu a famosa Revolução Liberal do Porto, que exigia, entre outras coisas, o retorno da Família Real à Portugal, a promulgação de uma Constituição e a recolonização do Brasil, que assim voltaria a ser Colônia de Portugal e a sustentar as velhas elites lusitanas.

Pressionados e temendo perder o Reino de Portugal, D. João VI e sua família regressaram a Portugal, deixando no Brasil o seu filho D. Pedro, Príncipe Regente do Reino do Brasil. Convencido pelas circunstâncias, como a possibilidade de sua família perder o Reino do Brasil e sentindo-se apoiado pela elite brasileira, em 7 de setembro de 1822 D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, até hoje comemorada com desfiles, hinos e lindas pinturas que adornam nossos livros didáticos.

Na verdade, a história é muito mais complicada. O povo, por exemplo, pouco participou desse processo decisório, as pessoas pobres continuaram pobres e as pessoas escravizadas continuaram escravizadas. Contudo teve início uma nova fase na história política do Brasil, conhecida como Brasil Império, que se inicia em 7 de setembro de 1822 e termina em 15 de novembro de 1889.

Portanto, durante mais de 67 anos, entre 1822 e 1889, fomos uma Monarquia, governados por dois Imperadores, Dom Pedro I e Dom Pedro II, e 9 Regentes. Dom Pedro I governou por quase nove anos, de 1822 a 1831, o período é conhecido como Primeiro Reinado. Foi marcado pela Guerra da Independência (1821-1824) contra Portugal, pela Guerra da Cisplatina (1825-1828) contra a Argentina, com quem disputamos o Uruguai, e pelo autoritarismo do Imperador, que simplesmente outorgou uma Constituição para o Brasil em 1824 e ainda reprimiu com extrema violência a Confederação do Equador em 1824.

Dom Pedro I abdicou ao trono a favor do seu filho Dom Pedro de Alcântara, que na época tinha apenas 5 anos. Inicia-se assim o chamado Período Regencial (1831-1840), pois nesse período o Brasil foi governado por um total de oito regentes, ou seja, políticos que governaram no lugar do herdeiro do trono que era muito jovem para governar. Foi um período marcado por muitas revoltas internas conhecidas como Revoltas Regenciais, parecia até que o Brasil se tornaria vários países independentes.

Dom Pedro II subiu do trono em 1840 por meio de um Golpe de Estado, conhecido como Golpe da Maioridade, quando tinha apenas 14 anos de idade. Dom Pedro II foi a pessoa que governou o Brasil por mais tempo, também foi o seu governante mais poderoso. O chamado Segundo Reinado (1840- 1889) durou mais de 49 anos. Durante seu governo, às vezes ele era substituído por sua filha, a famosa Princesa Isabel, como na vez em que ela assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, extinguindo a escravidão no Brasil. Ou seja, quando o Imperador estava viajando ou doente, sua filha tornava-se a Princesa Regente do Brasil.

Esse período foi marcado por mudanças profundas no Brasil, como o lento fim da escravidão, a construção de ferrovias, a expansão da cafeicultura, a atração de imigrantes para o Brasil, o início da industrialização e a institucionalização do mando político local nas mãos dos proprietários rurais, conhecidos como coronéis. Com a Guerra do Paraguai (1864-1870), essas transformações se aprofundaram, colocando em crise a própria monarquia. Os militares ganharam um protagonismo perigoso e o movimento abolicionista colocou em rota de colisão escravocratas, até então fieis apoiadores da monarquia, e a própria família real.

Em 15 de novembro de 1889 veio o Golpe! O Imperador, um homem decente, e sua família foram enviados para o exílio pelos seus antigos apoiadores, convertidos em republicanos por interesses mesquinhos. Desde de então o vício de origem tem se mostrado difícil de ser superado por nossa experiência republicana.

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