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Depois de oito anos tendo uma representante política além das fronteiras da cidade, Araucária passará os próximos quatro anos alijado das discussões dos grandes temas que nortearão o futuro do Paraná e do Brasil e, por consequência, de nosso próprio Município. Isso, sem dúvida, é uma perda para a nossa população, ainda mais quando consideramos que somos uma das mais importantes economias do Estado e uma das cem, talvez duzentas, do país.

De 2007 a 2010 tivemos Rosane Ferreira ocupando um cargo de deputada estadual e de 2011 até início de 2015 ainda a teremos exercendo seu mandato de deputada federal. Depois disso não teremos mais nada. E não teremos em boa parte por culpa da classe política local que é incapaz de promover um debate sadio sobre a importância de mantermos espaço nas mais diversas esferas de poder. Nesta última campanha, por exemplo, mesmo com Rosane não estando no páreo, vi muitos dos candidatos locais a deputado estadual, gastando seu tempo na tentativa de minorar o trabalho feito pela parlamentar tanto na Assembleia como na Câmara ao invés de enfatizar a importância de que mantivéssemos com pessoas daqui esse espaço conquistado por ela com o voto dos araucarienses. Ora, tal atitude mostra a miopia política dos que postularam a vaga que já fora de Rosane dois mandatos atrás. Com tal atitude, eles talvez nem tenham conseguido descontruir a pessoa da parlamentar, mas conseguiram arrebentar com a força do discurso da candidatura local.

E, o mais triste, é que aqueles que tentam diminuir a importância do trabalho de Rosane, principalmente enquanto deputada federal, o fazem ou por interesse político ou ignorância. Isso porque, quem acompanha o seu trabalho, sabe que ela foi uma excelente parlamentar. E quem me convenceu disso não foram nossas conversas e sim os números de seu mandato, disponíveis no portal da Câmara dos Deputados, os quais eu recebo a cada quinze dias diretamente em meu email. Após um simples cadastro no portal daquela Casa, lá em 2011 ainda, passei a saber quando ela faltava às sessões, como ela votava nos projetos, quando ela discursava, o teor dessas falas, como ela gastou sua cota para o exercício parlamentar, as proposições que relatou e propôs, as comissões que participou e assim por diante. Então, talvez Rosane, mesmo que quisesse, não poderia mentir para mim. Eu estava de olho no que ela fazia.

E é justamente por isso que agora, faltando apenas alguns meses para ela terminar seu mandato, posso dizer – com convicção – que ela me representou. Seus votos naqueles projetos de interesse nacional foram corretos, sua presença em plenário foi satisfatória, seus gastos foram justificáveis e assim por diante. Do mesmo modo, há que se dizer que foram muitas as emendas parlamentares indicadas por ela a Araucária. E olha que considero que isso é o que menos importa. Afinal, de que adiantaria conseguir, por exemplo, R$ 500 mil para Araucária se, em contrapartida, ela votasse contra o Plano Nacional da Educação, que destinará, em médio, milhões de reais ao nosso Município?

Então, é uma pena que não tenhamos conseguido eleger um sucessor, ou sucessora, para Rosane, fosse na Câmara ou Assembleia. A lição que fica para os próximos quatro anos é que precisamos amadurecer nossa consciência política nesse sentido. Essa antropofagia política que existe na cidade não pode continuar, pois quem perde é Araucária!

Comentários são bem vindos. Até semana que vem!

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