Problema crônico não só de Araucária, mas de todas as cidades brasileiras, definir um espaço para concentrar o atendimento aos moradores em situação de rua é um dos maiores desafios dos gestores públicos atualmente.

Em Araucária, o problema voltou à tona nos últimos dias após a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) ter locado um imóvel na Avenida Independência esquina com rua Teodoro Santini Pietrovski, no bairro Porto Laranjeiras, para servir de sede do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, mais conhecido como Centro POP.

Tão logo o Centro POP passou a funcionar ali o entorno foi inundado por moradores em situação de rua, o que tem tirado o sono dos moradores da região. Os relatos desagradáveis são os mais variados possíveis e vão desde ameaças a pedestres, furtos a casas e comércios, uso de drogas ilícitas a luz do dia e até, pasmem, informações de que alguns deles estariam praticando relações sexuais em praças e cantos de muros.

Resumindo: a calmaria que era um dos principais diferenciais de um dos bairros mais tradicionais e antigos da cidade acabou. A sensação de insegurança tomou conta de todos e o apelo que eles fazem à Secretaria de Assistência Social é que o serviço seja descontinuado daquele lugar.

Sobre o assunto, a secretária de Assistência Social, Amanda Nassar, informou a nossa reportagem que já está trabalhando para encontrar um novo local para servir de sede para o Centro POP. Porém, ressaltou que é necessário um pouco de paciência por parte dos moradores do Porto Laranjeiras, já que o serviço em questão não é desejado por nenhuma localidade.

Ainda segundo Amanda, apenas para que a população entenda a complexidade do problema, existe uma lei maior que regulamenta os serviços de assistência social. Ela se chama Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo que esta legislação obriga que todo município tenha um espaço para atender a população em situação de rua.

Mesmo assim, explicou Amanda, a Secretaria de Assistência Social tem trabalhado para garantir auxílio apenas para aqueles moradores em situação de rua que realmente tenham interesse em reconstruir suas vidas e sair dessa situação.

Justamente por isso, o Município endureceu as regras para que essas pessoas possam acessar a serviços como pernoite e alimentação. “Quem tiver um propósito de sair das ruas e reconstruir sua vida terá acesso a ajuda pública. Quem não tiver que procure outra cidade para ir”, afirmou.