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Jesus, diversas vezes se dirige ao povo de modo geral, dizendo que ele não veio para os perfeitos, mas, para os pecadores. Usa a imagem do médico afirmando, que não são as pessoas sadias que dele precisam, mas, os doentes. Dizendo isso, claramente ele quer mostrar que a sua grande preocupação é com a salvação de todos. Ele não quer que ninguém se perca, mas, que se converta e viva. A imagem da ovelha perdida ilustra o desejo de Jesus que todos se salvem. Assim também, na figura de Zaqueu, o chefe dos publicanos, que desce do sicômoro e acolhe o Mestre em sua casa, pronto para devolver tudo o que roubou e ainda 4 vezes mais, se manifesta o seu grande amor para com todos. Jesus não faz distinção de pessoas, pois, todos são filhos do mesmo Deus, que quer a salvação de toda humanidade.


O encontro de Jesus com Zaqueu, provocou a ira dos judeus, pois, na ótica deles, os cobradores de impostos estavam condenados ao fogo eterno. E mais, Zaqueu não era um publicano qualquer, mas o chefe deles. Apontar o erro do outro, julgar e condenar, sempre foi uma atitude reprovada por Jesus, pois, ninguém é perfeito, e, todos necessitamos de uma conversão contínua. Diariamente nos desviamos do caminho certo, e, necessitamos do amor e da misericórdia de Deus, para retornarmos e mudarmos de vida. Ninguém é tão perfeito que nunca erre e, ninguém é tão pecador, que não tenha a oportunidade de conversão. Aliás, como caminhantes, a nossa vida é uma contínua possibilidade de mudança e transformação.


Na escola da vida, as oportunidades sempre aparecem e nos dão uma nova chance, mesmo diante dos erros e falhas cometidos. No entanto, mudar, se converter, não é algo tão simples. É muito mais fácil apontar os erros dos outros, escondendo os seus próprios. Essa atitude foi designada por Jesus como hipocrisia, ou seja, eu escondo as minhas falhas, meus pecados, atacando e agredindo os outros. Assim aparento algo que não sou, condenando e menosprezando o outro. Se diz na gíria que a melhor defesa é o ataque, ou seja, eu agrido o outro, apontando seus erros, para me proteger, colocando-se numa posição de perfeito. Pessoas que agem assim, são mascaradas, pois, escondem a sua verdadeira identidade. O próprio Jesus vai dizer que quem age assim, aponta a palha que está no olho do outro, negando a trave que está no seu.


Como seguidores do Mestre da Vida, necessitamos mudar nossa atitude arrogante, prepotente, autossuficiente e nos colocarmos de modo humilde, sempre prontos para mudar. A mudança não é tão óbvia, embora Zaqueu tenha encontrado em Jesus um novo sentido para a sua vida. A sua conversão foi consequência desse olhar do Senhor, que tocou profundamente o seu ser. E nós, quando nos sentimos tocados pelo seu amor, pela sua boa nova, pelo seu evangelho, mudamos nosso foco e nos tornamos abertos para a conversão. Diariamente somos chamados a converter o nosso coração, nos tornando homens e mulheres do bem, capazes de partilhar, de colocar o que somos e temos a serviço dos outros. Nunca estamos plenamente convertidos, pois, humanos como somos, erramos muitas vezes. Mas, diariamente recebemos a possibilidade de conversão, e, Deus é aquele Pai compassivo, a espera do filho que se perdeu, sempre pronto a acolhê-lo com seus braços abertos porque, sempre é tempo de conversão.

Sempre é tempo de conversão

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