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Terezinha Poly: A Era Artística de Araucária

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Na década de 90 a nossa Cidade de Araucária deu início à uma Era Artística que por muito tempo foi esquecida. Temos e sempre tivemos grandes talentos artísticos que estão ou escondidos, ou ignorados, mas na verdade pouco se investe na cultura musical, seja aqui em Araucária ou qualquer outra cidade, que não valorizam as belas vozes e as boas canções. Mas logo no início dos anos 90 fomos agraciados com a inauguração do Teatro da Praça, enfim um lugar próprio para demonstrações artísticas de nossa cidade.

Uma das belas apresentações que o Teatro da Praça abrigou, foi o Festival de Música Popular. Tivemos várias apresentações e pudemos conhecer muitos talentos musicais de nossa terra que até então não tínhamos ouvido nem visto, entre essas vozes, uma voz feminina, de timbre forte e perfeito logo chamou a atenção do público tratava-se de ANGÉLICA PIRES (in memorian), e até hoje é lembrada em todos os cantos de Araucária.

Angélica era uma pessoa simples e detentora de uma voz potente, era reconhecida em todos os lugares que passava, não somente pela sua voz, mas também por ser uma das fundadoras do Grupo de Escoteiros de Araucária, os jovens a conheciam, respeitavam e admiravam, tinha uma vida como de tantas outras mulheres que se dedicam ao lar e à família, seu esposo e filhos também faziam parte do Escotismo, e, assim quando havia um evento com sua participação junto a plateia lá estava a família.

Essa apresentação que temos na foto, foi realizada no Teatro da Praça os primeiros festivais de música popular, aqui em companhia de EVA COLLER e ELIAS ROCHA, dois talentos artísticos revelados, Angélica solta sua potente e bela voz. O sucesso dos festivais de música eram realizados uma vez ao ano e começaram a ter muitas adesões e um público cada vez maior. Artistas nacionais vinham para fazer apresentações, e, logo o Teatro da Praça se tornou um espaço pequeno, passando então o Festival a ser realizado no Ginásio de Esportes Joval de Paula Souza no Parque Cachoeira onde podia ser acolhido um número maior de pessoas.

E no Ginásio de Esportes foram as últimas apresentações de Angélica Pires. Quem a conheceu, lembra que ela era uma senhora morena, de olhos âmbar, sempre sorridente, cumprimentava à todos, irradiava simpatia, e, sempre havia alguém que vinha cumprimenta-la, era magra e tinha uma estatura pequena, a gente não acreditava que a mesma pessoa que tinha um timbre de voz baixo e calmo quando conversava era a mesma que elevava o tom firme e sonoro quando cantava. Mas como tudo que é bom logo se vai, um problema de saúde, foi afastando Angélica de todos os meios, seja do escotismo ou da música e até mesmo pouco a víamos na cidade.

Os festivais de música foram alguns dos melhores momentos vividos dentro de Araucária, mas assim como outros eventos tão importantes para a cultura e turismo da cidade, já não existem mais, como a festa do pêssego e do ovo realizada no Parque Cachoeira das quais Angélica, Elias e Eva sempre participaram, dos Festivais de Inverno realizados ao ar livre na Praça do Seminário, agora estão nas lembranças e na esperança que ainda retornem.

Mas quem não retorna é a nossa querida amiga de voz forte ANGELICA PIRES, que depois de um período de tratamento nos deixou. Angélica fez na vida o que amava, foi mãe, dona de casa, teve muitos amigos, participava do grupo de escoteiros, e naturalmente fez um excelente uso do Dom que Deus de concedeu, cantou e nos presenteou com uma das mais belas vozes que o mundo já teve, e para Deus retornou.

Tivemos e temos grandes vozes dentro de Araucária, é preciso saber onde estão para poder conhecê-las assim como conhecemos Angélica Pires.

Edição n.º 1390